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Marta azucrina arbitragem, decide partida e pede mais 30 minutos em campo

Treinador da seleção brasileira vê craque com brilho nos olhos em sua sexta participação olímpica, iniciada com vitória

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Bordeaux

"Quero mais", disse Marta, ao deixar o gramado do estádio Matmut Atlantique, em Bordeaux, ao fim da estreia da seleção brasileira feminina de futebol nos Jogos Olímpicos de Paris. "Eu não sou uma atleta de 20 anos, sou uma atleta de 38 anos, mas ainda posso contribuir com a equipe. Joguei o jogo todo e poderia ter jogado mais uns 30 minutos."

Decisiva na vitória por 1 a 0 sobre a Nigéria, na tarde de quinta-feira (25), a atacante realmente demonstrava energia ao término da partida. Mesmo com o triunfo, exaltou-se ao reclamar da arbitragem da sul-coreana Kim Yu-jeong –a quem importunou a partida toda–, empolgou-se ao falar sobre os próximos jogos e gabou-se do passe preciso para Gabi Nunes definir o placar.

"É difícil fazer gol na Nigéria", observou a alagoana, que chegou a balançar a rede e ver o tento invalidado por impedimento antes de servir Gabi. "Tentamos não nos frustrar tanto com o gol anulado e já em seguida fomos felizes. Encontrei um passe mágico para a Gabi fazer aquele golaço."

Marta vibrou bastante na vitória do Brasil sobre a Nigéria - Christophe Archambault/AFP

A artilheira do dia foi muito bem no domínio e na conclusão, no ângulo, mas fez questão de dividir o mérito pelo lance, importante para o Brasil em uma chave difícil –na outra partida da primeira rodada, a Espanha, campeã mundial, fez 2 a 1 no Japão. "A Marta é a Marta, né? Não tem como, é incrível a visão dela, achou um passe maravilhoso. Então, é meio a meio", sorriu a camisa 16.

A jogada foi possível porque Marta vem atuando de maneira diferente da observada na última Copa do Mundo, sob comando de Pia Sundhage, que frequentemente a posicionava na beirada do campo. Com Arthur Elias, que assumiu a seleção no ano passado, ela vem jogando com liberdade, ao lado da outra atacante, com a possibilidade de buscar a bola quando julga conveniente. Como no gol.

"Eu acho que a gente com conseguido o melhor dela. E a Marta está com o olho brilhando, com prazer de estar na seleção, com muita entrega, jogando com o instinto que ela tem, com a genialidade que ela tem, com o posicionamento de que gosta. E deu para ver a Marta, aos 90 minutos, dando carrinho, disputando bola", afirmou o treinador.

De acordo com Elias, o condicionamento físico da jogadora é ótimo, motivo pelo qual não viu problema em mantê-la no jogo até o apito final. Ele indicou que voltará a colocá-la no time titular na próxima partida, contra o Japão, no domingo (28), no Parque dos Príncipes, em Paris, apesar do curto período para recuperação.

Marta, aparentemente, queria jogar mais na própria quinta. E, ainda que seja a primeira a apontar que não tem mais 20 anos, lembrou que vem atuando com regularidade em sua equipe, o Orlando Pride, na NWSL, a liga norte-americana de futebol. São 13 partidas, com cinco gols marcados na temporada.

"Muita gente se baseia na idade, né, mas se esquece de olhar o futebol. Meu time nos Estados Unidos está liderando. Eu tenho cinco gols e algumas assistências. Então, a idade não é o que está determinando nada. É o que estou mostrando dentro de campo. E isso eu estou procurando fazer aqui na seleção também", disse.

"As meninas vêm me ajudando bastante, o professor, também. A maneira de que estou jogando na seleção me deixa bem à vontade, e eu posso desempenhar o meu melhor para ajudar a equipe. Consegui, de alguma forma, acertar aquele passezinho ali, que foi um alívio depois do gol anulado", acrescentou.

A camisa 10 só lamentou um lance na etapa final no qual levou vantagem sobre a marcação, bateu de pé direito e parou na goleira Chiamaka Nnadozie. Se a bola tivesse entrado, Marta teria se igualado a Cristiane, com 14 gols, como a maior artilheira da história das Olimpíadas. "Fiquei lamentando, mas agora acabou, acontece. O que importa é que vencemos. Partiu para a próxima."

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