Quinto esporte que deu mais medalhas ao Brasil em Jogos Olímpicos (atrás de judô, vela, atletismo e natação), o vôlei de praia tenta dar a volta por cima em Paris-2024 depois de decepcionar em Tóquio-2020.
Nas areias japonesas, três anos atrás –as Olimpíadas foram adiadas para 2021 devido à pandemia de coronavírus–, as quatro duplas brasileiras fracassaram, e o país ficou sem ir ao pódio pela primeira vez desde que a modalidade entrou no programa olímpico, em Atlanta-1996.
Nenhuma das parcerias (Evandro/Bruno Schmidt, Alison/Álvaro Filho, Duda/Ágatha e Ana Patrícia/Rebecca) esteve perto de "medalhar", caindo ou nas oitavas ou nas quartas de final.
Dois desses nomes, Duda, 25, e Ana Patrícia, 26, estão de volta aos Jogos para tentar se redimir do desempenho aquém do esperado.
Elas atuarão juntas e tentarão repetir, com a Torre Eiffel como testemunha, o resultado do Mundial de Roma, em 2022, quando se sagraram campeãs.
As duas são velhas conhecidas. Dez anos atrás, na adolescência, conquistaram o ouro nos Jogos Olímpicos da Juventude de Nanquim (China). Também foram campeãs mundiais sub-21 duas vezes, em 2016, em Lucerna (Suíça), e em 2017, em Nanquim.
A outra parceria feminina é formada por Bárbara Seixas e a estreante em Olimpíadas Carol Solberg, filha de Isabel Salgado, musa do vôlei de quadra no começo dos anos 1980 e que morreu há cerca de um ano e meio.
Bárbara, que tem a mesma idade que Carol (36), é dona de uma das 13 medalhas olímpicas do vôlei de praia do Brasil. Ao lado de Ágatha, ficou com a prata nas Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016.
No masculino, três dos quatro brasileiros debutarão em Jogos Olímpicos, Arthur Lanci, 28, André Stein, 29, e George, 27.
Arthur formará dupla com o experiente Evandro, 34, presente no Rio-2016 e em Tóquio-2020 e campeão mundial em Viena (Áustria) em 2017, em parceira com André Stein, agora duplista de George.
"Eu acredito que, se a gente desempenhar bem o que a gente treina, a gente tem grande chance. Mas a gente sabe como é o esporte, a gente pode ganhar ou perder", disse Arthur, na quarta-feira (24), em rede social da CBV (Confederação Brasileira de Vôlei).
FOCO NO JOGO, NÃO NA TORRE
Um ponto de atenção é não se deixar distrair pelo cenário de beleza vizinho ao local dos jogos.
Arthur admitiu que tentou não se deslumbrar com a presença da Torre Eiffel, que ficará atrás da arena.
"A hora que eu entrei [na quadra], não olhei logo de cara para a torre [Eiffel]. Fiquei com receio de dar aquela olhada logo no começo e ficar um pouco impactado", afirmou, reconhecendo depois que o famoso símbolo parisiense "deu uma impactada, sim", nele. "É uma das quadras mais bonitas que já existiram no vôlei de praia."
Wallace Ramos, treinador de Evandro/Arthur, ressaltou a importância de ter sido feito o reconhecimento antecipado do local das partidas, para que os atletas peguem "as referências" da quadra. "Tem um monumento ali do lado, chama a atenção. É importante estar focado a cada jogo."
"É um lugar especial. Vai ser uma briga para se concentrar no jogo. O banco [dos jogadores], na hora dos tempos técnicos, é de frente para a torre [Eiffel]. Então vai dar aquele contraste", afirmou George, dupla de André, à CBV. "Na hora do jogo, é tentar se concentrar ao máximo ali dentro."
A primeira dupla a estrear nestas Olimpíadas é André/George, que joga neste sábado (27) contra Abicha/El Graoui, do Marrocos, às 14h (de Brasília).
No domingo, tem Carol/Bárbara x Akiko/Ishii (Japão), às 6h, Ana Patrícia/Duda x Marwa/Elghobashy (Egito), às 11h, e Evandro/Arthur x Horl/Horst (Áustria), às 15h.
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