Bia Ferreira luta e dança nas Olimpíadas com bênção dos pais

Baiana, que ficou com o bronze em Paris, cresceu em Minas Gerais e não foge de brigas

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Bia "The Beast" Ferreira, 31, já era esperança de medalha para o Brasil antes mesmo do início das Olimpíadas de Paris 2024. Com punhos e declarações fortes, a boxeadora conquistou a medalha de bronze neste sábado (3) após perder a revanche de Tóquio contra a irlandesa Kellie Harrington, 34, na semifinal.

Só não foi a "mãe de todas, dourada", como disse ela ao se classificar para o confronto com Harrington. Bia ficou 26 lutas invicta na modalidade de até 60 kg. Antes, ela foi bicampeã mundial e panamericana na mesma categoria.

Foto mostra Bia Ferreira da cintura para cima. Ela esta com o uniforme de pugilista azul do Brasil, incluindo as luvas. Na cabeça, Bia, uma mulher com a pele clara, usa uma bandana com a bandeira brasileira. O fundo da imagem está escuro o que a deixa em evidência.
A lutadora Bia Ferreira outra contra Chelsey Heijen nas quartas de final dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, na arena do norte de Paris, na França - Carol Coelho - 31.jul.2024/Folhapress

Natural de Salvador, Bia compõe o grupo de 98 atletas militares que representam o Brasil nesses jogos olímpicos. Ela faz parte da tradicional escola baiana de pugilismo, considerada o coração do boxe no Brasil.

Aos 4 anos, começou a treinar os primeiros golpes com a tutela e bênção do pai Raimundo Ferreira, o Sergipe, bicampeão brasileiro de boxe. Em 2004, aos 11, foi morar em Juiz de Fora (261 km de Belo Horizonte) e lá ganhou seu sotaque mineiro.

Depois de aprimorar o talento, Bia começou a dar aulas de boxe aos 15 e usava o dinheiro para ajudar nas contas da casa. Na Rio-2016, foi convidada para acompanhar a rotina dos competidores.

O sangue paterno influenciou os socos nos ringues. Da mãe, Suzana Soares, veio a determinação. "Criei minha filha para conquistar o mundo", disse a matriarca, que é professora de teatro, à revista Quem.

A bandana com a bandeira brasileira usada por Bia é o símbolo dessa força materna durante as competições. "Nada melhor que uma armadura de confiança que minha mãe me deu", escreveu a medalhista olímpica em uma rede social.

A veia teatral, inclusive, reflete-se nas coreografias após as vitórias. Desta vez, focada nos treinos e sem tempo para ensaiar, Ferreira pediu para o público escolher qual música ela deveria dançar em Paris. O forró "São Amores", regravado pela Pabllo Vittar –releitura do pop espanhol "Son de Amores", da dupla Andy e Lucas– foi o queridinho dos internautas.

Bia não usa seu carisma apenas para entreter. Na sexta-feira (2), ela compartilhou nas redes um texto da boxeadora irlandesa Amy Broadhurst. A mensagem criticava a forma como a pugilista argelina Imane Khelif, pivô de uma polêmica sobre gênero, foi tratada durante os Jogos e nas redes sociais, onde foi alvo de xingamentos transfóbicos e xenofóbicos.

"Espere pelos fatos, espere que os resultados sejam conhecidos e depois dê sua opinião, mas pare com o bullying!" diz o trecho final da mensagem replicada pela brasileira.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.