Descrição de chapéu Esporte É Cultura

Quartier Latin é uma festa

Hoje um dos bairros mais procurados na capital francesa, recheado de cafés e restaurantes, o Quartier Latin de Hemingway mudou muito

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Paris

Nos Jogos de Paris, em 1924, nenhum jornal teve a brilhante ideia de contratar Ernest Hemingway como cronista esportivo. Perderam os Jogos.

É possível que o escritor norte-americano, que morava em Paris nos anos 1920, tenha ouvido alguma história olímpica aqui ou acolá, principalmente no seu Quartier Latin, no quinto arrondissement, onde flanava, comia, flanava, bebia, flanava, escrevia, flanava.

Os anos de Hemingway em Paris se transformaram em um de seus livros mais populares, "Paris É uma Festa" (expressão que baterá recordes olímpicos nos Jogos deste ano) —também foi o período registrado por Woody Allen em "Meia-Noite em Paris", quando seu protagonista voltava aos anos 1920 e encontrava celebridades do mundo das artes, como o próprio Hemingway.

A imagem mostra uma rua estreita em Paris durante a noite, com iluminação suave de lampiões. À esquerda, há um café e uma creperia com letreiros visíveis. Um motociclista está parado em frente a um dos estabelecimentos. No fundo, uma pessoa caminha pela calçada, enquanto as fachadas dos prédios são iluminadas. O ambiente é tranquilo, com um céu escuro e algumas luzes acesas nas lojas.
Região de Quartier Latin em Paris - Gonzalo Fuentes /Reuters

A escadinha em que o personagem Gil (Owen Wilson) aguarda a carruagem, na igreja de Saint-Étienne-du-Mont, fica no Quartier Latin, ao lado do Panteão, e virou ponto de peregrinação entre os fãs do filme.

Hoje um dos bairros mais procurados na capital francesa, recheado de cafés e restaurantes, o Quartier Latin de Hemingway mudou muito. O pequeno apartamento em que ele morou entre 1922 e 1923, na rue du Cardinal Lemoine, 74, exibe uma placa em sua homenagem.

Ali perto, o antigo Café des Amateurs, que Hemingway descrevia como "a fossa da rue Mouffetard", transformou-se no agradável Café Delmas, com uma bela fonte na frente.

Hemingway era um amante de esportes, como boxe e corrida de cavalos, e fazia até uma distinção. Dizia que só tourada, corrida de carros e montanhismo eram esportes, o resto eram jogos.

Provavelmente, o escritor saberia apreciar outras modalidades, como o ciclismo de estrada, que vai cortar as ruas do Quartier Latin neste ano.

Menos de um mês depois do prestigiado Tour de France, a prova ciclística mais famosa do mundo, muitos dos competidores estarão de volta para a disputa da medalha olímpica, com percurso de 273 km para os homens e 153 km para as mulheres.

Na prova, os ciclistas devem passar quase que desfilando por alguns pontos turísticos, incluindo a torre Eiffel (claro) e os Invalides, antes da largada para valer, que acontece na rue Gay-Lussac, pertinho do Jardim de Luxemburgo —outro dos cantos preferidos de Hemingway.

No entanto, sinal dos tempos, o Quartier Latin é lembrado hoje por outro personagem da cultura pop, mas não tão amado pelos franceses quanto o escritor.

É lá que mora Emily Cooper, interpretada por Lily Collins em "Emily em Paris", série da Netflix que já vai para a quarta temporada. O endereço existe, no número 1 da Place de l’Estrapade —e muitos dos moradores não gostaram de ver o lugar transformado em mais um ponto turístico de Paris.

Do outro lado da pequena praça, onde Emily já fez até festinha de aniversário, dá para capturar na mesma imagem outros dois endereços famosos no universo da série, o restaurante com toldo vermelho de seu affair Gabriel (Lucas Bravo); e, ao lado, a boulangerie em que Emily compra amanteigados croissants e pains au chocolat. Tudo ao alcance da selfie.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.