Composteira usada em empresas vence prêmios de design

Humibox é solução para 'aterro zero' e transforma matéria orgânica em adubo

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São Paulo

Uma composteira profissional venceu duas importantes premiações de design na última semana. A Humibox foi reconhecida no Brasil Design Award e no Design for a Better World 2022.

A peça foi criada pela Morada da Floresta, empresa de impacto socioambiental especializada na redução de resíduos, direcionada para condomínios, escolas, indústrias, supermercados e grandes empresas.

"Compostagem ainda é tabu no Brasil", diz Claudio Spínola, fundador e diretor da Morada da Floresta e finalista do Prêmio Empreendedor Social 2016.

Humibox vence premiações de design por impacto social, criatividade e inovação
Humibox vence premiações de design por impacto social, criatividade e inovação - Divulgação/Morada da Floresta

"As pessoas têm medo, acham que dá cheiro ou trabalho, e as premiações contribuem para diminuir essa resistência."

Na Brasil Design Award, maior premiação do setor no país, a composteira concorreu com Plataforma Circular Cotton Move (Eólica), Carpe Diem para Kaiak – Jornada de Service Design (Natura Cosméticos) e A Fantástica Máquina de Esfriamento Global (Shoot), entre outros, na categoria "Design Social - Meio Ambiente".

Entre os critérios dos concursos estavam criatividade, inovação e impacto social.

Os cubos da Humibox são feitos de material reciclado, têm sistema de drenagem e captação do adubo líquido. Até 600 kg de resíduos podem ser processados por dia sem obras ou grandes investimentos.

"Diferentemente da composteira doméstica, com minhocas, a Humibox usa bactérias que transformam resíduos em adubo", explica Spínola.

O sistema eleva sua temperatura acima de 60ºC quando as bactérias processam grandes sobras de refeitórios, como restos de carne, cítricos e alimentos cozidos. O aquecimento evita pragas e não gera odor.

Uma placa solar ou energia elétrica ativa a bomba, que coleta e recircula o líquido coletado. E como ele não vai para o solo, não há necessidade de licenciamento ambiental para a instalação.

"O composto produzido é um ativo interessante, pois além de reduzir as emissões de carbono, vai para o jardim ou a horta que alimenta o refeitório, vira brinde, torna os colaboradores agentes de educação ambiental", diz Spínola.

As pessoas têm medo, acham que dá cheiro ou trabalho, e as premiações contribuem para diminuir essa resistência

Claudio Spínola

sobre compostagem

Caso de uma indústria multinacional química de Itatiba (SP), que adotou o sistema ano passado.

"Começamos a trabalhar com sustentabilidade e redução de energia, resíduos e água e uma das iniciativas era alcançar o aterro zero", explica Tadeu Schaion, líder de Meio Ambiente, Saúde e Segurança da Momentive.

A Morada da Floresta instalou a Humibox, em modelo de comodato, e treinou a equipe. Uma campanha de conscientização ajudou a engajar os profissionais e, hoje, toda a matéria orgânica produzida na empresa vai para a composteira.

"Temos uma horta orgânica feita pelos colaboradores e usamos o adubo na horta, na jardinagem, ou seja, fechamos o ciclo de reaproveitamento", diz Schaion.

A proposta da Morada da Floresta é levar a compostagem profissional a condomínios residenciais, hospitais, escolas e shoppings.

Segundo o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, de 2020, apenas 1% das 37 milhões de toneladas de resíduos orgânicos produzidos todos os anos no país são reaproveitados.

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