Famoso por filmes como "O Balconista" (1994) e "Dogma" (1999), o ator e diretor de Hollywood Kevin Smith, 52, revelou publicamente pela primeira vez que sofreu um abuso sexual na infância que até hoje traz consequências para sua vida.

Em entrevista à revista People, Smith disse que esse e outros episódios traumáticos lhe incutiram uma ferida psicológica que ele passou a vida tentando compensar. Em janeiro deste ano, ele decidiu se internar em uma clínica de saúde mental no Arizona para se tratar.

Segundo o artista, ele tinha seis anos quando um garoto mais velho que ele não conhecia o forçou a praticar atos sexuais com uma jovem de seu bairro. A consciência de que aquilo era uma violência sexual veio só mais tarde, ao conversar com uma terapeuta.

Smith também desenvolveu uma relação mal resolvida com seu corpo. Ele lembrou que, aos nove anos, uma professora que zombou do tamanho de sua barriga na frente da turma fez com que ele se sentisse "nojento e sem importância". "Decidi ser divertido e fazer as pessoas me amarem antes que percebessem que eu era gordo", afirmou à revista.

O artista disse que esses traumas "roubaram seu senso de identidade" e o levaram a uma "ruptura com a realidade" que o levou a pedir ajuda. Sessões de terapia individuais e em grupo e exercícios de atenção plena ajudaram em sua recuperação, contou.

Ele afirmou ainda que parou de fumar maconha, evita passar muito tempo nas redes sociais e se conscientizou de que precisa reduzir a carga de trabalho —além de atuar e dirigir, ele produziu filmes, quadrinhos, livros, séries e podcasts.

Smith disse que venceu o medo de se manifestar publicamente porque quer que sua história ajude outras pessoas que passaram por questões semelhantes.

A causa 'Da Repressão à Prevenção da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes' tem o apoio do Instituto Liberta, parceiro da plataforma Social+.