Manifesto pede políticas de educação para prevenir abuso sexual

Campanha do Instituto Liberta colhe assinaturas para reivindicar que crianças e adolescentes tenham direito a informação que protege de violências sexuais

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São Paulo

A maioria dos estupros são contra menores de 13 anos. Mais de 80% dos abusadores eram conhecidos das vítimas. Grande parte das vítimas não entendia o que estava acontecendo. A informação protege.

Com essas frases, gravadas em vídeo por personalidades como Fátima Bernardes, Denise Fraga, Rodrigo Faro, Christian Malheiros e Assucena, o Instituto Liberta apresentou um manifesto em defesa do direito de crianças e adolescentes terem acesso a informações para prevenção de violência sexual.

A apresentadora Fátima Bernardes é uma das embaixadoras do manifesto pela prevenção da violência sexual contra crianças e adolescentes - Reprodução/liberta.org

O documento foi lançado nesta quinta-feira, 18 de maio, Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, durante a sexta edição do seminário Violência Sexual Infantil, promovido pela Folha.

"Essa violência, na maioria esmagadora das vezes, não acontece com uma arma na cabeça da vítima. Ela acontece de outras formas", afirmou Luciana Temer, diretora-presidente do Liberta. "Essas outras formas talvez possam ser evitadas se meninos e meninas forem fortalecidos com informação suficiente para dizer não. A gente pode, se não acabar com essa violência, pelo menos diminuir muito o número de vítimas."

O manifesto cita leis brasileiras que amparam a implementação de educação para prevenção à violência sexual nas escolas e pede que elas sejam transformadas em política pública. Pessoas com mais de 16 anos podem assinar neste link.

COMO DENUNCIAR ABUSOS

- O Disque 100, canal de denúncia anônima do governo federal, funciona 24 horas, todos os dias da semana. Basta ligar gratuitamente para o número 100. Também é possível denunciar pelo aplicativo Direitos Humanos Brasil ou pelo número de WhatsApp (61) 99656-5008.

- A denúncia pode ser feita presencialmente em uma delegacia de polícia, de preferência uma delegacia de proteção à mulher ou de crianças e adolescentes, se houver na sua cidade.

- Os Conselhos Tutelares podem ser procurados para ajudar a tirar uma criança de uma situação de violência, ainda que seja uma suspeita.

A DIMENSÃO DO PROBLEMA

61,3% dos estupros registrados no Brasil são contra menores de 13 anos

4 meninas de menos de 13 anos são estupradas por hora no Brasil

82% dos abusadores são conhecidos da vítima

76,5% dos casos acontecem dentro de casa; 1%, na escola

85,5% das vítimas são do sexo feminino

4 a 8 anos é a faixa etária da maioria dos meninos vítimas de violência sexual

10 a 14 anos é a faixa etária da maioria das meninas vítimas dessa violência

10% dos casos são denunciados, segundo estimativas

3.651 pontos de exploração sexual infantil foram mapeados no Brasil em 2020

Fontes: Anuário Brasileiro de Segurança Pública; Childhood; Instituto Liberta

A causa 'Da Repressão à Prevenção da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes' tem o apoio do Instituto Liberta, parceiro da plataforma Social+.

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