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Erros, contradições e dúvidas na versão oficial [Dados publicados em 24 de março de 1999] Erro na altura de Suzana O legista Badan Palhares afirma que Suzana Marcolino tinha 1,67 m e PC, 1,63 m. Mas fotos do casal indicam que ela era mais baixa do que ele. Nas imagens, mesmo usando salto alto, sua altura é inferior ou próxima à de PC. A altura é ponto fundamental para definir a trajetória da bala e dar legitimidade à tese de que Suzana matou PC e depois se suicidou. Suicídio descrito é impossível Suzana não poderia ter atirado em seu próprio peito como sustenta o laudo oficial. A bala teria passado à altura da sua cabeça, e não atingido o pulmão esquerdo, já que seguramente Suzana media menos de 1,60 m. Suzana não dormia de sutiã A namorada de PC foi encontrada de sutiã, peça que ela só vestia publicamente quando estava de roupas transparentes e que não usava quando de camisola. Terceira pessoa no quarto A polícia disse que Suzana matou PC e se suicidou, sem a presença de terceira pessoa no quarto. Às 3h59, uma mulher, supostamente Suzana, telefonou do seu celular para o dentista Fernando Colleoni. Ao fundo, uma voz masculina não-identificada disse: "Que cê tá fazendo? Te arruma". "Se (sic) arrumo", respondeu a suposta Suzana, num horário em que, segundo o laudo sobre o conteúdo dos alimentos presentes no estômago, PC já estava morto. Arma não tem sangue Há respingos do sangue de Suzana numa colcha e num criado-mudo. Há manchas nos braços, nas pernas, no pescoço, nas roupas e na parte da cama à sua frente. Não há, porém, sangue na arma que a polícia afirma ter ela utilizado para se suicidar, praticamente encostada ao peito. Arma não tinha impressões digitais O revólver calibre 38 comprovadamente usado tanto para disparar contra PC como contra Suzana não tinha impressões digitais dela. Reconstituição com outras 20 pessoas, 17 mulheres e 3 homens, registrou impressões dos dedos dos atiradores em todas as oportunidades. Mãos não tinham chumbo Nas mãos de Suzana não havia resíduos de chumbo, bário e antimônio, elementos metálicos que integram as substâncias químicas iniciadoras da espoleta. Também não foram identificados cobre e zinco, usados no invólucro da bala, nem, de novo, o chumbo presente no núcleo das balas. Havia pólvora nas mãos, o que significa apenas que Suzana manuseou (obrigada ou não) uma arma de fogo (a do crime ou não). Barulho dos tiros era audível Os seguranças e funcionários que estavam na casa disseram à polícia que não ouviram o barulho dos dois tiros. Todas as pessoas que participaram de um teste de audibilidade dos tiros, no mesmo local e com a própria arma usada para matar PC e Suzana, ouviram o som dos disparos. Bate-boca até as 3h Seguranças e funcionários afirmaram terem ouvido fortes discussões entre PC Farias e Suzana até as 3h. Laudo baseado no conteúdo gástrico de PC afirma, no entanto, que às 2h ele já estava morto. Osso do pescoço foi quebrado O laudo oficial ignorou a existência de um calo ósseo, resultado da cicatrização de uma fratura ocorrida de duas a quatro semanas antes, na apófise estilóide direita, um osso fino com cerca de 2,8 cm de comprimento existente no pescoço, o que indica que Suzana sofreu estrangulamento no mês de sua morte. A casa de PC Exame concluiu que o som dos disparos seria audível por quem estivesse no terreno da casa. Fontes: laudo pericial dos legistas Genival Veloso de França (UFPB) e Daniel Muñoz (USP) e dos peritos Domingos Tochetto (Escola Superior da Magistratura do RS) e Nicholas Passos (Secretaria de Segurança de Alagoas); exame de alcoomia (taxa de álcool no sangue) e toxicologia nas vísceras de PC e Suzana, realizado pela legista Maria Tereza Pacheco (Departamento de Polícia Técnica da Bahia); laudo do foneticista Ricardo Molina (Unicamp) |
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