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05/06/2009 - 02h18

Governo paga Bolsa Família para 8,5% da população de Tailândia, no Pará

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JOÃO CARLOS MAGALHÃES
da Agência Folha, em Tailândia

No mês passado, o governo federal quase duplicou a quantidade de beneficiados pelo Programa Bolsa Família em Tailândia (PA), segundo dados do município. Antes de maio, eram 2.800. Hoje, são 5.501 pessoas (ou 8,5% da população) que têm o direito de ganhar até R$ 182 por mês.

O problema é achar os beneficiários para fazer o recadastramento que dá direito a receber o dinheiro.

Devido à migração dos que não conseguiram emprego na cidade, apenas 34% dessas pessoas foram encontradas nos endereços que deram no momento em que se cadastraram.

A maior parte volta para seus Estados de origem, como Maranhão e Piauí, ou busca alguma vaga nas cidades da região, como indicam as solicitações de transferência, feitas por aqueles que resolveram informar o destino para o governo.

"Todo dia chega alguém. Como não acharam uma ocupação, batem na nossa porta. Pedem até o dinheiro da passagem de volta", afirmou a assistente social Edna Loureiro.

Um dos bairros que mais necessitam do programa é a Vila Macarrão, criado pelo antigo prefeito, Paulo Liberte Jasper (PMDB), cujo apelido deu o nome à área. Lá se concentram muitos dos demitidos pelas madeireiras. Por suas ruas, o número de pequenos templos evangélicos só se compara ao de botecos, que se veem obrigados a vender fiado para continuar existindo.

"Na semana passada, só conseguimos vender cinco cervejas", disse Paulo Lima, que resolveu abrir em tempo integral o barzinho improvisado na própria casa, depois de ter sido demitido de uma laminadora, em agosto do ano passado.

Ele é um exemplo dos que, sem se encaixar numa vaga, tiveram que apelar para "bicos" --como revirar o lixo em busca de algo de valor.

"Aqui mesmo apareceram uns cinco que estavam em serraria", disse Sebastião Lopes, uma das pessoas que ficam no lixão da cidade, onde afirmou conseguir, no máximo, R$ 200 vendendo o alumínio e o plástico que encontra.

A vila, apontada por seus próprios moradores como um dos bairros mais violentos de Tailândia, também é o laboratório de uma das ideias criadas por Jasper, e que a atual administração colocou em prática: uma pequena confecção, que emprega 54 pessoas, pagando um salário mínimo --R$ 465.

Além disso, a prefeitura compra o leite de produtores locais, e o distribui de graça para a população, beneficiando-o em uma fábrica própria.

 

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