Para
Maluf, a culpa é da vítima
Apoiado
por uma parcela expressiva de professores (muitos deles vinculados
ao PT), Paulo Maluf está defendendo a volta da repetência
escolar ao final de cada ano letivo. Ou seja, o fim da chamada
progressão continuada. É o típico caso
em que se coloca culpa na vítima. Caso exemplar de
que a corda arrebenta no lado mais fraco.
A criança
que já é vitima de uma família culturalmente
pobre, torna-se também vítima de uma escola
com currículo ruim e professor despreparado. É
punida por saber algo que não lhe foi ensinado direito.
Daí se vê como a ignorância é perversa.
O caminho
certo (e óbvio) é monitorar cada aluno, acompanhado
em suas dificuldades: deve receber reforço antes que
as deficiências acumulem. O fim da repetência
tradicional só não será desmoralizado
(e está correndo esse risco, como mostra a pregação
de Maluf apoiada em segmentos do PT), se a escola trabalhar
bem: e há muitos indícios de que não
esteja trabalhando bem.
Trabalhar
bem significa classes com poucos alunos, professores que utilizem
um currículo conectado à realidade, muita experimentação
nos laboratórios, leitura em bibliotecas informatizadas.
A escola deve ser local de ensino de potencialidades, não
de lamúrias das fragilidades. Exige-se um trabalho
de artesanato, até para compensar as carências
trazidas de uma família sem recursos.
Repetir
em massa nada ajuda a educação: destrói
a auto-estima dos estudantes e provoca evasão escolar.
Isso, sim, aumenta a marginalidade e, assim, o risco de criminalidade.
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