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03/01/2009 - 12h15

ONU diz que 80% da população de Gaza depende inteiramente de ajuda humanitária

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da Folha Online

A ofensiva militar de Israel contra o movimento islâmico radical Hamas, na faixa de Gaza, entrou neste sábado em seu oitavo dia consecutivo de bombardeios que deixaram 420 mortos, cerca de 2.200 feridos e destruiu a região deixando 80% da população completamente dependente de ajuda humanitária, informa a ONU (Organização das Nações Unidas).

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Enquanto a ONU insiste em um cessar-fogo efetivo na região, suas agências alertam para a crise humanitária causada pela destruição de mais de 600 alvos, incluindo estradas, edifícios públicos, delegacias de polícia e parte da infraestrutura da faixa de Gaza, que abriga cerca de 1,5 milhão de palestinos.

Somente neste sábado, Israel atacou ao menos 23 alvos, a maioria no norte da região, nos quais morreram ao menos três integrantes do Hamas e uma menina, que estava em uma das dezenas de casas bombardeadas por Israel. O ataque que matou a menina destruiu também duas pontes no centro da faixa de Gaza, dificultando o acesso da população ao sul do território.

Pavel Wolberg/Efe
Míssil israelense atinge a faixa de Gaza depois quie militantes palestinos lançaram foguete Qassam contra território de Israel
Míssil israelense atinge a faixa de Gaza depois que militantes palestinos lançaram foguete Qassam contra território de Israel

Os bombardeios israelenses, focados em alvos ligados ao Hamas, como prédios de governo e casas de líderes, mas acabam atingindo prédios residenciais e parte crucial da infraestrutura da região.

Segundo a ONU, cerca de 250 mil pessoas estão sem eletricidade e a única central elétrica da faixa de Gaza foi fechada no último dia 30 pela sexta vez, desde o início de novembro, por falta de combustível. Os dutos do terminal de Nahal Oz, pelos quais chegava todo o combustível importado, estão fechados desde sábado passado.

A água corrente é disponibilizada uma vez a cada cinco ou sete dias e apenas durante algumas horas e, em alguns locais, o esgoto se acumula nas ruas depois que o sistema de saneamento foi danificado pelos bombardeios.

Os moradores já não encontram gás de cozinha e para calefação no mercado, em pleno inverno israelense.

As agências da ONU relatam ainda que o sistema de saúde, já debilitado desde o início do bloqueio israelense há 18 meses, entrou em colapso e faltam medicamentes, equipes, material e sangue para tratar os cerca de 2.200 feridos.

Ajuda humanitária

Para compensar a falta de alimentos e medicamentes essenciais, o governo Israelense permitiu a entrada, diariamente, de 60 caminhões carregados com produtos de primeira necessidade.

Este número supera a quantidade permitida antes da ofensiva, informa a ONU, mas ainda é inferior aos 475 veículos com ajuda humanitária que chegavam a Gaza antes de junho de 2007, quando o Hamas assumiu o controle do território.

Ofensiva

Ronen Zvulun/Reuters
Bombeiros israelenses observam local onde foguete palestino caiu, no kibbutz Karmiyya
Bombeiros israelenses observam local onde foguete palestino caiu, no kibbutz Karmiyya

Há oito dias consecutivos, Israel comanda uma operação militar na faixa de Gaza com bombardeios que atingiram diversos pontos vinculados ao Hamas, como ministérios, casas de ativistas, delegacias, mesquitas, a sede de uma ONG e edifícios da Universidade Islâmica e que já matou três importantes líderes do grupo.

Segundo Israel, a ofensiva é uma resposta à violação --e lançamento de foguetes-- do Hamas da trégua de seis meses assinada com Israel e que acabou oficialmente no último dia 19. Trata-se da pior ofensiva realizada por Israel desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967.

Somente os bombardeios deste sábado deixaram ao menos três integrantes do Hamas mortos. Entre os membros do Hamas está Abu Zakaria al Yamal, comandante militar do grupo, que morreu quando inspecionava posto do Hamas para vigiar a posição dos barcos israelenses.

Os outros dois militantes morreram em um campo de refugiados em Jabalya, atingidos por mísseis lançados por aviões israelenses não-tripulados. Na mesma região, na quinta-feira (1º), o Exército israelense conseguiu matar Nizar Rayan, dirigente do movimento que se encarregava de coordenar as ramificações políticas e militar do Hamas.

Foguetes

Nesta madrugada, os militantes do Hamas lançaram quatro foguetes e duas bombas contra território israelense, que atingiram as localidades de Sderot e Ashkelon.

Segundo os jornais "Haaretz" e "Jerusalem Post", dois israelenses ficaram levemente feridos quando um dos foguetes atingiu um prédio residencial em Ashdod.

O jornal "Haaretz" afirma que ao menos nove foguetes atingiram o oeste de Negev na manhã deste sábado, um dos quais atingiu uma casa em Ashkelon.

Com France Presse

 

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