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28/07/2006
-
08h04
da Folha Online
Horas depois de os Estados Unidos terem impedido que o Conselho de Segurança da ONU condenasse os ataques de Israel contra um posto das Nações Unidas no Líbano [que deixou quatro mortos] --fazendo vista grossa à violência--, a Força Aérea israelense atacou cerca de 130 alvos em território libanês na madrugada desta sexta-feira.
O principal objetivo da ação [classificada por Israel como limitada] foi a cidade de Tiro, base regional do grupo terrorista Hizbollah e de onde parte a maioria dos foguetes Katyusha em direção a Haifa, no norte de Israel.
A ação concentrada em Tiro também visa barrar qualquer possibilidade de que foguetes mais potentes, com alcance de 200 km, sejam lançados ao sul de Israel, em direção às cidades turísticas de Tel Aviv e Netânia.
O governo do Líbano ainda não comentou os ataques desta sexta-feira.
Os ataques israelenses da madrugada desta sexta-feira não impediram que membros do Hizbollah lançassem uma descarga de foguetes Katyusha [de 20 km de alcance] contra a Galiléia e diferentes pontos do norte de Israel. Não houve registro de vítimas.
A crise de violência entre Israel e Líbano teve início no último dia 12, após o grupo terrorista libanês Hizbollah seqüestrar dois soldados israelenses. Desde então, a violência já deixou cerca de 440 mortos no Líbano [entre eles mais de 380 civis, 20 soldados libaneses e 35 terroristas] e mais de 52 mortos em Israel [19 civis]. Entre os mortos no Líbano, há sete cidadãos brasileiros [três deles crianças].
Neste fim de semana, a secretária de Estado dos Estados Unidos, Condoleezza Rice, deve voltar à região para discutir possíveis pactos de cessar-fogo. Após visita feita no início desta semana --que rendeu encontros com autoridades israelenses, libanesas e palestinas--, a secretária sugeriu uma cúpula internacional para buscar soluções. Fracassado, o encontro terminou apenas com proposta dos 15 países participantes de "trabalhar imediatamente para um cessar-fogo".
Apoio
Nesta sexta-feira, pesquisa divulgada pelo jornal "Yediot Aharonot" mostra que a maioria dos israelenses apóia um endurecimento da ofensiva no Líbano e a mobilização de novas unidades de reservistas --ontem Israel anunciou a convocação de 30 mil.
Dos entrevistados, 71% disseram que o Exército deve atacar com mais força, contra 26% de opiniões contrárias.
Do lado da maioria judaica, o apoio é ainda maior: 82% respaldam a intensificação da ofensiva iniciada em 12 de julho. A mobilização de unidades adicionais de reservistas conta com o apoio de 65% dos israelenses (74% entre os judeus).
Além disso, 80% dos entrevistados (90% entre a população judaica) se declaram satisfeitos com o rendimento do Exército, apesar das baixas (33 mortos) e de alguns erros táticos.
Para 82% (92% entre os judeus) a ofensiva é justificável, contra 18% de opiniões contrárias (8% na população judaica).
A pesquisa, realizada pelo Instituto Dahaf com 513 pessoas da população adulta de Israel, tem margem de erro de 4,2 pontos percentuais, para mais ou para menos. As entrevistas foram feitas antes da decisão do governo de convocar três divisões de reservistas.
Dano florestal
Desde o início do conflito, foguetes do Hizbollah que caíram em áreas abertas de Israel causaram incêndios que queimaram aproximadamente 2.100 hectares de floresta e reservas naturais, segundo um relatório elaborado pelo Fundo Nacional Judaico.
Mijale Weinberg, responsável pela zona da Alta Galiléia e das colinas do Golã, disse que 500 mil árvores foram queimadas por causa dos foguetes.
Segundo Weinberg, nas duas últimas semanas foram queimados 1.500 hectares de reservas naturais e outros 600 de floresta. Os incêndios estão afetando a região mais verde de Israel, que, segundo o analista, levará entre 15 e 30 anos para ser reflorestada.
Com agências internacionais
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EUA barram condenação; Israel faz 130 ataques contra o Líbano
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Horas depois de os Estados Unidos terem impedido que o Conselho de Segurança da ONU condenasse os ataques de Israel contra um posto das Nações Unidas no Líbano [que deixou quatro mortos] --fazendo vista grossa à violência--, a Força Aérea israelense atacou cerca de 130 alvos em território libanês na madrugada desta sexta-feira.
O principal objetivo da ação [classificada por Israel como limitada] foi a cidade de Tiro, base regional do grupo terrorista Hizbollah e de onde parte a maioria dos foguetes Katyusha em direção a Haifa, no norte de Israel.
A ação concentrada em Tiro também visa barrar qualquer possibilidade de que foguetes mais potentes, com alcance de 200 km, sejam lançados ao sul de Israel, em direção às cidades turísticas de Tel Aviv e Netânia.
O governo do Líbano ainda não comentou os ataques desta sexta-feira.
Os ataques israelenses da madrugada desta sexta-feira não impediram que membros do Hizbollah lançassem uma descarga de foguetes Katyusha [de 20 km de alcance] contra a Galiléia e diferentes pontos do norte de Israel. Não houve registro de vítimas.
A crise de violência entre Israel e Líbano teve início no último dia 12, após o grupo terrorista libanês Hizbollah seqüestrar dois soldados israelenses. Desde então, a violência já deixou cerca de 440 mortos no Líbano [entre eles mais de 380 civis, 20 soldados libaneses e 35 terroristas] e mais de 52 mortos em Israel [19 civis]. Entre os mortos no Líbano, há sete cidadãos brasileiros [três deles crianças].
Neste fim de semana, a secretária de Estado dos Estados Unidos, Condoleezza Rice, deve voltar à região para discutir possíveis pactos de cessar-fogo. Após visita feita no início desta semana --que rendeu encontros com autoridades israelenses, libanesas e palestinas--, a secretária sugeriu uma cúpula internacional para buscar soluções. Fracassado, o encontro terminou apenas com proposta dos 15 países participantes de "trabalhar imediatamente para um cessar-fogo".
Apoio
Nesta sexta-feira, pesquisa divulgada pelo jornal "Yediot Aharonot" mostra que a maioria dos israelenses apóia um endurecimento da ofensiva no Líbano e a mobilização de novas unidades de reservistas --ontem Israel anunciou a convocação de 30 mil.
Dos entrevistados, 71% disseram que o Exército deve atacar com mais força, contra 26% de opiniões contrárias.
Do lado da maioria judaica, o apoio é ainda maior: 82% respaldam a intensificação da ofensiva iniciada em 12 de julho. A mobilização de unidades adicionais de reservistas conta com o apoio de 65% dos israelenses (74% entre os judeus).
Além disso, 80% dos entrevistados (90% entre a população judaica) se declaram satisfeitos com o rendimento do Exército, apesar das baixas (33 mortos) e de alguns erros táticos.
Para 82% (92% entre os judeus) a ofensiva é justificável, contra 18% de opiniões contrárias (8% na população judaica).
A pesquisa, realizada pelo Instituto Dahaf com 513 pessoas da população adulta de Israel, tem margem de erro de 4,2 pontos percentuais, para mais ou para menos. As entrevistas foram feitas antes da decisão do governo de convocar três divisões de reservistas.
Dano florestal
Desde o início do conflito, foguetes do Hizbollah que caíram em áreas abertas de Israel causaram incêndios que queimaram aproximadamente 2.100 hectares de floresta e reservas naturais, segundo um relatório elaborado pelo Fundo Nacional Judaico.
Mijale Weinberg, responsável pela zona da Alta Galiléia e das colinas do Golã, disse que 500 mil árvores foram queimadas por causa dos foguetes.
Segundo Weinberg, nas duas últimas semanas foram queimados 1.500 hectares de reservas naturais e outros 600 de floresta. Os incêndios estão afetando a região mais verde de Israel, que, segundo o analista, levará entre 15 e 30 anos para ser reflorestada.
Com agências internacionais
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