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Domingo, 11 de junho de 2000

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Rodrigo Bueno
     


Libertadores da América

Palmeiras 3x2 Corinthians (5 a 4 nos pênaltis)

Luiz Felipe Scolari é mesmo um técnico talhado para competições como a Libertadores. Dirigindo um time reconhecidamente inferior ao Corinthians, conseguiu eliminar o clube que era o grande favorito ao título sul-americano. Já havia feito isso com o Grêmio em 1995, quando eliminou o próprio Palmeiras, e em 1996, quando despachou o mesmo Corinthians. A classificação palmeirense foi mais que merecida. Na primeira partida, o time do Parque Antarctica já havia se superado. Perdia por 3 a 1 e, por uma grande infelicidade (o gol de Vampeta no final após um desvio em Roque Júnior), não conseguiu um empate em 3 a 3.
No segundo jogo, o Palmeiras teve chances até de vencer por mais de dois gols de diferença. Nos minutos finais da partida, o todo-poderoso Corinthians estava mais defendendo uma derrota de 3 a 2 do que arriscando um empate que o classificaria. As duas partidas foram emocionantes, com muitas opções. Houve, de maneira geral, um equilíbrio que não era esperado. O Palmeiras, mais uma vez, cresceu em uma decisão com o Corinthians. O time conta com poucos jogadores de grande nível (além de Alex e César Sampaio no meio-campo, tem Júnior na lateral esquerda e Roque Júnior na zaga). A superação foi a tônica palmeirense.
O goleiro Marcos, que falha em muitos lances, viveu outra noite de herói. O voluntarioso Galeano conseguiu fazer o gol que decretou a virada palmeirense.
No Corinthians, muitos jogadores deixaram a desejar. Edílson pouco produziu e não quis responsabilidade na disputa de pênaltis. Vampeta também ficou fora das cobranças decisivas. Marcelinho, por sua vez, decepcionou em todos os aspectos: no jogo, sendo pouco produtivo, e nos pênaltis, falhando em uma de suas especialidades. A Libertadores mostrou mais uma vez ser um torneio diferenciado, especial. Não há prorrogação, não há diferença entre gol em casa e gol fora. Há sim um prêmio ao time que tem mais vontade, mais gana, mais competitividade.

América-MEX 3x1 Boca Juniors

Mesmo o América sendo um belo time, mesmo jogando na altitude da Cidade do México, mesmo estando o rival sedento por vingança, o Boca Juniors não esperava sofrer tanto. O América mereceu até levar o jogo para a decisão por pênaltis. O Boca achou um gol aos 39min do segundo tempo (após escanteio, Samuel tocou sem muita pretensão de cabeça, de longe, por cobertura), gol que lhe colocou na final. Carlos Bianchi, o técnico do Boca, tem um grande elenco em suas mãos, bem melhor do que o do Vélez Sarfield em 1994, time que ele levou ao título da Libertadores. Jogando em velocidade, o América conseguiu confundir várias vezes a boa defesa do Boca. No ataque, o time argentino não esteve tão firme ou tão contundente. Palermo, por incrível que pareça, consegue fazer falta ao Boca. Contra o Palmeiras, o tradicional clube argentino, bicampeão da Libertadores, é favorito, pois tem de fato uma equipe de mais qualidade, mais entrosada. Além disso, jogará em La Bombonera e não terá que jogar no Parque Antarctica (o jogo de volta será no Morumbi). Porém nada é impossível para um time de Scolari.



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