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Diego
Medina
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Pode atacar a feijoada da
dona Zuleica. A mensagem,
do presidente da OMB (Organização Mundial de
Boxe), o porto-riquenho Francisco Valcarcel, é dirigida
a Acelino Freitas, o Popó.
Conhecedor dos sacrifícios por que passa Popó,
campeão dos superpenas (limite de 58,968 kg) pe
la OMB, para dar o peso antes das lutas, Valcarcel disse estar
disposto a dar uma mão ao brasileiro para que ele possa
deliciar-se sem arrependimentos da tal feijoada.
‘‘Vou recomendar ao comitê classificador da
OMB que Freitas passe automaticamente a primeiro do ranking
(desafiante obriga- tório) entre os leves (61,236 kg),
caso oficialize o desejo de subir de peso’’, disse
a esta coluna Valcarcel. ‘‘Claro, ele não
poderia perder a luta de sábado (amanhã).’’
Segundo Valcarcel, Popó seria instalado como primeiro
do ran
king por ser um campeão de prestígio. O prazo
para o campeão (no caso, Artur Gregorian) realizar
uma defesa obrigatória é de nove meses, mas
interesses financeiros poderiam fazer com que a luta fosse
organizada ainda este ano.
Há tempos Popó vem repetindo que precisa mudar
de categoria, até para preservar sua saúde.
Recentemente, após afirmar várias
vezes que subiria de peso no próximo ano, definiu que
permane- ceria na categoria dos superpenas apenas até
o final deste ano.
Até mesmo o seu staff, inicialmente contrário
à idéia, começa a se render. Na última
terça, o treinador Luis Carlos Dórea reconhe
ceu que Popó deve fazer só mais três lutas
como superpena e subir de peso ‘‘até o final
do ano’’.
‘‘Popó sempre tem duas lutas, uma dentro
do ringue e outra na balança’’, filosofou
o técnico.
O próprio Popó tem a melhor argumentação
sobre a situação.
‘‘Você sabe que sempre fui um leve (categoria
na qual o baiano foi campeão brasileiro), até
que surgiu a oportunidade para dis- putar o título
dos superpenas.
Mas não é meu peso natural, perder peso assim
não faz bem para a saúde’’, avalia.
‘‘Sei que posso ser campeão entre os leves.’’
E essa polêmica em torno do peso (problema que também
afligiu Eder Jofre) de Popó gerou diversas situações
constrangedoras.
Em janeiro, na Inglaterra, contou com a tolerância de
um fiscal para ficar ligeiramente acima do peso para a defesa
de título contra o inglês Barry Jones. E, em
março, em São Paulo, teve de recorrer a uma
pesagem ‘‘amarelinha’’, como apelidei
devido à rapidez do processo, que deixou dúvidas.
No ano passado, a equipe de Anthony ‘‘Maestrito’’
Martinez não gostou do fato de a pesagem de Popó
ter ocorrido sem a sua presença, em Salvador. As estadias
de Popó em um spa na Bahia
para eliminar o peso também foram bem documentadas.
E hoje, às 18h (de Brasília), o baiano tem outra
briga com a ba
lança, quando acontece a pesagem para a luta de amanhã.
Mas Popó não é o único a fazer
uso do expediente de perder peso às vésperas
de um combate. Tal hábito é tão comum
que a Comissão Atlética de Nevada encomendou
um estudo sobre o assunto.
O CMB, por sua vez, formulou regras, que devem ser postas
logo
em prática, para diminuir a ocorrência do ‘‘efeito
esponja’’.
Por hora, o remédio para Popó é evitar
a feijoada de dona Zuleica.
NOTAS
Amador
O destaque da equipe brasileira de boxe amador que venceu
o Pré de Buenos Aires nesta semana foi o médio
Cleiton Conceição. Desacreditado por ser o menos
experiente do grupo (essa era a sua segunda competição
internacional), ele nem havia feito estágio em Cuba
com os demais atletas, mas garantiu a sua vaga em Sydney-2000.
Profissional 1
Edmilson Lima Santos, filho de Adilson Rodrigues, o Maguila,
deve seguir em breve para Miami, nos EUA, para treinar sob
os cuidados do legendário Angelo Dundee.
Profissional 2
O pesado David Tua, primeiro do ranking da Federação
Internacional, bateu o respeitado Obed Sullivan em 51 segundos,
nos EUA. Chamado de ‘‘Novo Tyson’’, enfrenta
Lennox Lewis em novembro.
E-mail: eohata@folhasp.com.br
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