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22/06/2006
-
11h27
Colaboração para a Folha de S.Paulo, em Rosário (Argentina)
Para que você iria a Rosário? Não, a cidade não tem o porte ou a fama de Buenos Aires nem a singularidade natural da Patagônia. Mas tem um pouco de cada um deles. Na urbanidade, há o centro histórico e a boemia --traduzida pelos universitários que caminham lépidos pelas ruas, seja uma da tarde ou uma da manhã, façam 2C ou 20C. Na natureza, reina o rio Paraná: ao redor dele, se esparramam os bairros da cidade. Portanto, ainda que não seja seu destino final, Rosário vale uma espiada.
Evite os dias de temperatura baixa, porque, aí, o Paraná --e conseqüentemente todo o lugar-- perde o vigor. Com sol, pipoca gente nas praias de água doce e nas ilhas, que estão a minutos da orla. Quem quer privacidade paga 2 pesos argentinos (R$ 1,46) e fica na praia particular, a Florida. Os que preferem economizar ou gostam de animação vão a áreas públicas.
O Paraná nasce em solo brasileiro, no Estado de São Paulo, com a confluência dos rios Grande e Paranaíba. São 4.900 km de extensão, que termina na bacia do Prata. Em Rosário, o rio se mostra imenso e limpo.
É nas pistas de caminhada ao seu redor (como a Costa Alta, erguida dentro do rio) que famílias inteiras passeiam. É no muro beirando o rio que pescadores armam suas cadeiras coloridas. E é no seu leito, no parque de las Colectividades, que restaurantes servem peixes retirados do próprio rio.
Para ser apresentado a tudo isso, aproveite o passeio de barco que sai aos sábados, domingos e feriados, às 14h30 e às 17h ou, no verão, às 17h e às 19h30, ao lado da Estação Fluvial. O passeio no Ciudad de Rosário leva duas horas e custa 7 pesos argentinos (cerca de R$ 5,15).
Torcida organizada
No mais, Rosário também tem seu Corinthians e Palmeiras (ou seu Boca Juniors e River Plate). São os times de Rosário Central e Newell's Old Boys, que dividem a torcida fanática da população e compartilham o patrocinador. Os primeiros são chamados de "canallas" (canalhas), e os segundos, de "lepras" --reza a lenda que os apelidos surgiram durante um briga ocorrida em um jogo beneficente em favor dos portadores de hanseníase.
A cidade também ostenta um herói municipal: Che Guevara nasceu ali, em um prédio anônimo, no cruzamento das ruas Urquiza e Entre Ríos, e, apesar de ter se mudado para Córdoba poucos anos depois, sempre foi torcedor do Rosário Central --pelo menos é o que sustentam bravamente os outros fãs do time argentino.
Mas talvez a maior característica de Rosário sejam os próprios rosarinos. Gente que gosta do ar livre e da cerveja de sua infinidade de bares; que passeia pelo centro mesmo aos domingos, com as lojas fechadas; que aproveita um dia livre com sol como se fosse único. Eis aí um convite ao turista.
Juliana Doretto viajou a convite do Rosário Convention & Visitors Bureau e da Gol
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JULIANA DORETTOColaboração para a Folha de S.Paulo, em Rosário (Argentina)
Para que você iria a Rosário? Não, a cidade não tem o porte ou a fama de Buenos Aires nem a singularidade natural da Patagônia. Mas tem um pouco de cada um deles. Na urbanidade, há o centro histórico e a boemia --traduzida pelos universitários que caminham lépidos pelas ruas, seja uma da tarde ou uma da manhã, façam 2C ou 20C. Na natureza, reina o rio Paraná: ao redor dele, se esparramam os bairros da cidade. Portanto, ainda que não seja seu destino final, Rosário vale uma espiada.
Evite os dias de temperatura baixa, porque, aí, o Paraná --e conseqüentemente todo o lugar-- perde o vigor. Com sol, pipoca gente nas praias de água doce e nas ilhas, que estão a minutos da orla. Quem quer privacidade paga 2 pesos argentinos (R$ 1,46) e fica na praia particular, a Florida. Os que preferem economizar ou gostam de animação vão a áreas públicas.
Juliana Doreto/Folha Imagem |
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É nas pistas de caminhada ao seu redor (como a Costa Alta, erguida dentro do rio) que famílias inteiras passeiam. É no muro beirando o rio que pescadores armam suas cadeiras coloridas. E é no seu leito, no parque de las Colectividades, que restaurantes servem peixes retirados do próprio rio.
Para ser apresentado a tudo isso, aproveite o passeio de barco que sai aos sábados, domingos e feriados, às 14h30 e às 17h ou, no verão, às 17h e às 19h30, ao lado da Estação Fluvial. O passeio no Ciudad de Rosário leva duas horas e custa 7 pesos argentinos (cerca de R$ 5,15).
Torcida organizada
No mais, Rosário também tem seu Corinthians e Palmeiras (ou seu Boca Juniors e River Plate). São os times de Rosário Central e Newell's Old Boys, que dividem a torcida fanática da população e compartilham o patrocinador. Os primeiros são chamados de "canallas" (canalhas), e os segundos, de "lepras" --reza a lenda que os apelidos surgiram durante um briga ocorrida em um jogo beneficente em favor dos portadores de hanseníase.
A cidade também ostenta um herói municipal: Che Guevara nasceu ali, em um prédio anônimo, no cruzamento das ruas Urquiza e Entre Ríos, e, apesar de ter se mudado para Córdoba poucos anos depois, sempre foi torcedor do Rosário Central --pelo menos é o que sustentam bravamente os outros fãs do time argentino.
Mas talvez a maior característica de Rosário sejam os próprios rosarinos. Gente que gosta do ar livre e da cerveja de sua infinidade de bares; que passeia pelo centro mesmo aos domingos, com as lojas fechadas; que aproveita um dia livre com sol como se fosse único. Eis aí um convite ao turista.
Juliana Doretto viajou a convite do Rosário Convention & Visitors Bureau e da Gol
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