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Conheça Maria Sibylla, a mulher que estudava e pintava insetos

Companhia Delas faz websérie sobre a vida da primeira ilustradora científica

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São Paulo

Na escola se ensina o ciclo de vida das borboletas: ovo, larva, pupa e fase adulta, quando elas saem do casulo e mostram suas novas asas. Hoje, esta informação parece óbvia, mas houve um tempo em que todo mundo, até os cientistas, achava que as borboletas nasciam da lama.

Foi uma mulher quem descobriu que estavam todos errados. Seu nome era Maria Sibylla Merian. Quando criança, ela colecionava insetos e criava bichos-da-seda. Observadora e curiosa, começou a desenhar a metamorfose dos bichos, e se tornou uma das mais talentosas ilustradoras de ciências da história.

Para falar desta mulher tão importante, um grupo de teatro composto só de atrizes criou a websérie “Maria e os Insetos”. A Companhia Delas vai lançar a cada semana um dos cinco episódios, sempre às quartas-feiras, às 11h,
no seu canal do Youtube.

E, para matar a curiosidade dos leitores da Folhinha, a companhia faz uma sessão extraordinária neste sábado (20): o primeiro episódio, de 15 minutos, estará disponível das 16h às 17h, e depois só volta ao ar na quarta-feira (24), quando acontece a estreia oficial.

“Maria era muito corajosa. Ela viajou para a floresta amazônica quando tinha 52 anos. Na época dela, com essa idade as mulheres já eram consideradas umas senhoras”, conta a atriz Julia Ianina.

Maria Sibylla nasceu em 1647, na Alemanha. Aprendeu a desenhar com o padrasto, que era um pintor famoso na época, e especializado em quadros de flores. Com 32 anos, Maria publicou seu primeiro livro sobre insetos.

Ela teve duas filhas. Como seu casamento não a deixava feliz, se separou do marido aos 45 anos. Quase dez anos depois, organizou sua viagem para o Suriname, país que faz fronteira com o Brasil e também tem um pedaço da Amazônia em seu território.

Para pagar pela sua passagem e a da filha Dorothea, vendeu 255 de suas pinturas e deu aulas de bordado. A ideia era ficar no Suriname por cinco anos, documentando os insetos locais. Só que Maria contraiu malária, e precisou voltar mais cedo para casa.

“Elas ficaram três meses em um navio. Só as duas de mulheres, com homens ao redor. Era um ambiente muito hostil. Daí chegaram em uma floresta linda, mas assustadora. Dois anos depois, ela fica doente. Se a gente inventasse essa história, iam dizer que ela é impossível”, acha Julia.

Thaís Medeiros, que também é da Companhia Delas, pensa que Maria Sibylla tinha coisas em comum com as crianças. “Era muito lindo como ela gostava de registrar a natureza, e as crianças têm isso também, é muito natural para elas essa relação”, diz.

Foi Thaís quem dirigiu “Maria e os Insetos” quando ela ainda era uma peça no teatro, no começo de 2020. Só que a temporada durou menos de um mês, já que a pandemia de coronavírus a interrompeu.

Agora, Thaís e as amigas apresentam seu espetáculo com linguagem totalmente voltada para a internet, e com interpretação em libras.


MARIA E OS INSETOS

Direção Thaís Medeiros. Com Julia Ianina, Paula Weinfeld e outras. Pré-estreia sábado (20), das 16h às 17h. Novos episódios toda quarta, às 11h. No canal do Youtube “Companhia Delas”.

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