Editor Silas Martí explica seu trabalho na Ilustrada

Parte mais legal é poder falar com artistas, cantores e atores

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São Paulo

Uma vez por mês, a Folhinha traz, em sua edição online, uma entrevista com um editor ou editora da Folha.

Editores são pessoas que cuidam de uma editoria em um jornal, e editoria é cada uma das seções do jornal. Às vezes, a seção pode ser um caderno inteiro, e às vezes é apenas uma página. Uma editoria é como se fosse uma das matérias que a escola ensina: fala de vários assuntos, mas sempre dentro de um tema.

Na Folha, cada editoria tem um responsável principal, que é o editor ou a editora. Eles comandam uma equipe de repórteres, e conferem tudo que vai ser publicado naquela seção. Hoje, a entrevista é com Silas Martí, editor da Ilustrada.

Como se chama a sua editoria, e qual é o assunto tratado nela?

No jornal, eu cuido da Ilustrada, com o Guilherme Genestreti e a Clara Balbi, e do Guia Folha, este com o meu colega Bruno Molinero. A Ilustrada fala de cultura, as expressões artísticas do Brasil e do mundo todo. Isso quer dizer arte, cinema, dança, livros, moda, música, teatro, televisão e videogames. No Guia, ajudamos os leitores a saber onde ver, ler e ouvir todas essas coisas. Se falamos de uma série de TV ou um desenho animado na Ilustrada, o Guia pode ajudar a descobrir que outras séries são como essa e como fazer para assistir, por exemplo.

Messas com pilhas altas de livros, revistas e jornais escondem parte do joranlista, sentado ao fundo em frente a computador com semblante concentrado
Silas Martí em cena do documentário "Ilustrada, 60", da TV Folha, em homenagem aos 60 anos do caderno Ilustrada - Reprodução

Você pode explicar do que esse assunto trata?

A cultura é uma maneira que as pessoas têm para se expressar, mostrar o que sentem e reagir ao mundo ao redor delas. Então cobrir cultura no jornal é falar dessas coisas que muitas vezes partem só da imaginação, como um filme, um desenho, uma pintura, mas que podem dar pistas para a gente sobre como está o mundo de verdade agora. Os artistas, eu gosto de pensar, são as pessoas que percebem antes de todos o sentimento geral do momento. E é por isso que é tão legal acompanhar o que estão fazendo. Eles podem ser um espelho para os nossos sentimentos.

Qual tem sido o tema que sua editoria tem publicado mais frequentemente nos últimos meses?

Nos últimos meses, temos vivido com as dificuldades do coronavírus no mundo todo e de uma forma bem mais difícil no Brasil. Muito do que falamos agora com os artistas também tem a ver com as dificuldades que eles estão enfrentando. Imagine um ator sem palco, porque os teatros estão fechados, um músico que não pode fazer show pelo mesmo motivo. É uma situação muito difícil para esse grupo todo de trabalhadores, porque, sim, os artistas também precisam ganhar dinheiro para pagar as contas, como todo trabalhador. Mesmo diante dessas dificuldades, também temos falado muito sobre como a criatividade dessas pessoas ajudou a dar a volta por cima e como este momento tão difícil de coronavírus e pandemia fez com que algumas artes se reinventassem, como o teatro, por exemplo, que passou a montar peças para mostrar só pela internet.

Quais pessoas e tipos de profissão os repórteres da sua editoria costumam entrevistar?

Eu diria que essa é a parte mais legal dessa parte de cultura, porque podemos falar com artistas, músicos, cantores, atores de TV e cinema. Se você tem um ator preferido ou cantora, por exemplo, é bem provável que essa pessoa já tenha aparecido na Ilustrada ou no Guia. Imagine uma música que você adora e poder conversar com a pessoa que canta ou escreveu a letra, por exemplo. Em geral, os repórteres da editoria perguntam a essas pessoas de onde vieram suas ideias, como se inspiraram, por que fizeram aquela música, aquele filme, aquela pintura. É um jeito de entrar um pouco nesse universo mais criativo.

Por que você acha que a sua editoria é importante para o jornal?

​Eu penso que falar de cultura no jornal nunca foi tão importante. Se você pensar que não podemos viajar nem sair do lugar agora, e talvez você tenha que ter ficado em casa muito tempo sem ir para a escola, a cultura e a arte funcionam como esse lugar da imaginação para onde podemos fugir de vez em quando. Pode ser um respiro no meio de tantos problemas. E, se os artistas são mesmo os primeiros a notar grandes mudanças da nossa sociedade, vale ficar atento ao que eles estão dizendo, cantando, pintando. Eu gosto de pensar nisso tudo como liberdade, não à toa você pode já ter ouvido falar em liberdade de expressão nas conversas dos adultos. E não existe nada mais importante do que isso e a criatividade como um motor para a gente seguir adiante na vida.

SILAS MARTÍ, 36 anos

Silas Martí trabalha como jornalista há 18 anos. Ele é funcionário da Folha desde 2007. Silas escolheu ser jornalista porque sempre gostou muito de ler e escrever, além de viajar e contar histórias. “E todos os jornalistas precisam fazer todas essas coisas para fazer um bom trabalho”, explica. “Às vezes é difícil, mas quase sempre é muito legal.”

TODO MUNDO LÊ JUNTO

Texto com este selo é indicado para ser lido por responsáveis e educadores com a criança

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