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Infectologista fala sobre coronavírus e se há chances de ele atrapalhar as férias de verão

Especialista em crianças comenta a volta das máscaras e o que dá para esperar nas próximas semanas

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São Paulo

Em São Paulo, há pouco mais de uma semana voltou a ser obrigatório o uso de máscaras no transporte público. Agora, para andar de ônibus ou metrô, é preciso estar com o equipamento de proteção.

Isso faz pensar sobre como serão as férias de verão: será que vai dar para brincar normalmente, ir à praia, passear pela cidade? O médico infectologista Marco Aurélio Sáfadi, especialista em crianças, ajuda a entender o que está acontecendo e a pensar sobre o futuro.

Crianças de escola em São Paulo têm aula ao ar livre - 16.mar.2022-Danilo Verpa/Folhapress

O que está acontecendo com o coronavírus no Brasil atualmente?

Esse é um vírus superesperto, e tem estratégias interessantes. Uma delas é acumular mutações, que são uma forma de o vírus mudar sua aparência. Quando ele muda sua aparência, é como se ele passasse despercebido pelas nossas células de defesa. É uma maneira de o vírus se esconder dos nossos soldadinhos, que são os anticorpos que a gente produziu, seja por ter sido vacinado, seja por ter tido uma infecção prévia por esse vírus.

Os médicos imaginavam que isso pudesse acontecer?

Essa tem sido uma marca dessa pandemia. A gente está nesse momento vivendo um cenário em que surgiram algumas variantes, todas derivadas da ômicron, e que conseguem enganar nosso sistema imune. Nesse cenário é normal que ocorra um aumento do número de casos.

Por isso tivemos que voltar a usar as máscaras em alguns lugares?

Sim. Nesses momentos de maior atenção, vale sempre a gente reforçar as medidas que nos protegem. As crianças também têm que estar atentas. Uma das medidas de proteção é o uso das máscaras, mas a gente não deve se esquecer de outras medidas que são superimportantes, e uma delas é a vacina, que se mostrou eficiente e segura para as crianças. Fora isso, é legal se lembrar de sempre lavar as mãos e preferir ambientes ventilados.

Será que isso pode atrapalhar as férias de verão?

A gente não tem bola de cristal, mas, pelo que temos visto, o comportamento da doença tem sido muito diferente do que foi em 2020 e em 2021. São menos pessoas precisando ser hospitalizadas, por exemplo. Eu atribuo essa diferença ao fato de a população ter sido vacinada. Essa imunidade pode até não impedir que você pegue o vírus, mas ela diminui a chance de você ter formas mais sérias da doença.

Acho que essa onda vai durar algumas semanas, e que, perto do final do ano, a gente já pode estar em uma situação melhor. Mas, de novo: não temos bola de cristal, e é sempre difícil fazer essas previsões.

TODO MUNDO LÊ JUNTO

Texto com este selo é indicado para ser lido por responsáveis e educadores

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