Descrição de chapéu Todo mundo lê junto

Crianças falam da rotina com máscaras e sonham 'destruir todas' elas

Depois de acampamento cancelado, alunos de escola paulista planejam o que farão quando a Covid acabar

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São Paulo

​Já estava a maior animação entre as crianças da Peak School, em São Paulo, para o acampamento deste mês, mas infelizmente o evento teve que ser cancelado. E olha que não era um evento qualquer, não, era o Acampadentro, quando todo mundo ia poder dormir dentro da escola, que fica em um casarão dos anos 1930 —parece até um castelo.

Os professores e a diretora entenderam que era melhor evitar juntar um monte de gente sem máscara (ou você conhece alguém que dorme de máscara?) em pleno pico de Covid na cidade.

Aisha lembra que se sentia insegura até ganhar sua primeira máscara - Karime Xavier/Folhapress

O cancelamen... "Adiaram! Não cancelaram", corrige Armando, 7 anos, um dos alunos que participaria do Acampadentro. Pois bem, o adiamento do evento, claro, causou um pouco de frustração nas crianças.

O próprio Armando, por exemplo, já tinha comprado um pijama novo para estrear naquela noite especial. O amigo Arthur, 7 anos, tinha comprado dois bonecos também para o acampamento.

Mas, ainda assim, a maioria dos alunos entendeu que, no fim das contas, esperar até outubro para curtir a brincadeira não seria de todo mal. "Foi bom e ruim. Ruim porque a gente tava muito ansioso, mas a gente vai ter mais tempo pra se preparar", resume Olívia, 7 anos.

"Eu achei que foi bom, porque a gente teve muitos casos de Covid antes, e a gente dorme sem máscara, e ficaria muito perto um do outro, então não daria", diz Aisha, 10 anos.

Arthur (o dos bonecos), Enzo, 8 anos, e Gabriela, também 8 anos, pensaram, juntos, que outro ponto positivo de deixar para daqui a alguns meses é que, naquela época, vai estar fazendo mais calor do que agora. "Não vou precisar vir com um pijama de matar de quente", aponta Enzo.

Todas as crianças que deram entrevista disseram que já se acostumaram com as máscaras, mesmo depois de um período em que elas deixaram de ser obrigatórias. "No começo da pandemia, toda vez que eu saía de casa eu me sentia insegura, porque eu não tinha ainda uma máscara", lembra Aisha.

Alunos da Peak School, na Bela Vista, dão entrevista à editora da Folhinha, Marcella Franco, e falam sobre máscaras e planos para o futuro - Karime Xavier/Folhapress

"Quando começou a Covid tava normal, mas aí meus primos pegaram e minha mãe começou a ficar preocupada, aí comecei a usar duas máscaras. Agora, como já tomei as duas doses da vacina do coronavírus, eu já uso só uma", conta Enzo.

Eles todos sabem que as férias de julho ainda vão ter que ser na companhia das máscaras, mas parece que tudo bem, para a maioria. Gabriela, por exemplo, diz que, se for para a casa da avó, vai manter a proteção no trajeto, mas, chegando lá, vai poder tirar.

"Quando eu estou em casa, na casa de um amigo ou ao ar livre, eu fico sem máscara. Mas, quando estou em lugares mais lotados, tipo shopping, ou Parque Ibirapuera, que é um parque muito popular, aí eu fico de máscara", explica Aisha.

E, mesmo que no mês que vem —e talvez em mais alguns outros também— seja preciso ainda continuar com as medidas de segurança contra o coronavírus, as crianças sabem que, um dia, a pandemia vai passar de vez, e fazem planos para quando esse momento chegar.

"Primeiro, vou por minha máscara em um bunker, depois eu vou ir pra qualquer lugar que antes precisava de máscara. McDonald’s, shopping...", imagina Armando. "Vou comemorar e ir pro cinema, porque meus pais não deixam eu ir, mesmo com máscara", se programa a Gabi.

Livia diz que entraria nos sites de notícia em que confia. "Ia checar pra ter total certeza que a Covid foi abolida", diz. E, enquanto Olívia sonha em poder "destruir todas as máscaras do mundo", Aisha sugere prudência: "Eu guardaria, vai que a Covid volta a bombar, ou chega outra doença...".

TODO MUNDO LÊ JUNTO

Texto com este selo é indicado para ser lido por responsáveis e educadores com a criança

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