Haddad pode realizar nova audiência sobre Paulista
Promotoria rejeitou reunião no vão do Masp para debater fechamento da via
'Se precisar, faz outra, não tem problema' disse o prefeito, que rebate contestação do Ministério Público
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), afirmou nesta sexta-feira (2) que poderá fazer uma nova audiência pública para discutir o fechamento da avenida Paulista para carros aos domingos se o Ministério Público assim achar necessário.
Conforme a Folha informou nesta sexta (2), a Promotoria rejeitou os resultados da audiência pública realizada pela prefeitura no último dia 19 no vão livre do Masp.
Com isso, os promotores mantêm, por enquanto, a posição contrária à utilização da avenida Paulista como espaço de lazer aos domingos.
O Ministério Público disse ter recebido queixas de que a audiência foi desorganizada e fora do local indicado –para a instituição, deveria ter ocorrido na subprefeitura, onde esse assunto foi discutido em outros bairros.
"Se precisar, [a prefeitura] faz outra [audiência], não tem problema", disse Haddad.
O Ministério Público argumenta que a Paulista só poderia ser fechada para carros três vezes por ano, conforme um acordo assinado em 2007.
Para o órgão, em 2015, a prefeitura já "queimou" os três fechamentos: na Parada Gay (em junho), na inauguração da ciclovia da Paulista (também em junho) e no segundo teste da avenida fechada para os carros (em agosto).
Para Haddad, o acordo firmado em 2007 é sobre a prefeitura "autorizar eventos". "Isso [abrir via para pedestres] não é uma autorização de evento, é uma política pública. A prefeitura não se autoriza a fazer as coisas, tem autoridade para fazer", disse.
Segundo o prefeito, o fechamento da Paulista para carros aos domingos está de acordo com a Política Nacional de Mobilidade Urbana, lei aprovada em 2012, posterior ao acordo. Ela define como prioridade os meios de transporte não motorizados.