EUA temem que envio de armas à Ucrânia também ajude rebeldes
Os esforços diplomáticos ocidentais para encontrar uma solução para o leste da Ucrânia vêm junto com a possibilidade de os EUA enviarem armas para ajudar as forças da Ucrânia a repelir os ataques dos separatistas.
No pacote bélico estariam armas letais --como mísseis antitanque-- e não letais, como óculos de visão noturna, drones de reconhecimento e radares para detectar de onde parte a artilharia das forças rebeldes.
A medida seria uma forma de pressão sobre Moscou na busca de solução política.
Mas o envio desse material à Ucrânia, onde boa parte da população fala russo e tem grande ligação histórica com a Rússia, preocupa os EUA.
Na quarta-feira (4), a prisão em Kiev de um oficial sênior do Exército ucraniano, acusado de espionar para a Rússia, explicitou essas preocupações.
Há o temor de que a estrutura militar ucraniana esteja bastante infiltrada por agentes russos ou mesmo por ucranianos pró-Rússia e de que essas armas acabem chegando aos rebeldes.
"Muitas vezes não se pode dizer onde acaba a FSB [a agência de informação russa que sucedeu a KGB] e onde começa uma de nossas unidades militares", disse Semyon Semenchenko, líder paramilitar pró-Ucrânia e membro do Parlamento.
Há também o risco de ver os armamentos caírem em mãos dos separatistas.
Os EUA, além disso, já viveram a experiência de armar rebeldes que depois se tornaram inimigos, como no Afeganistão e no Iraque.