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10/08/2012 - 05h16

Coincidências trágicas marcam filme 'À Beira do Caminho'

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RODRIGO SALEM
DE SÃO PAULO

Coincidências trágicas já marcaram vários filmes na história do cinema.

Um helicóptero caiu nas filmagens de "No Limite da Realidade" (1983), matando o ator Vic Morrow. Brandon Lee interpretava um homem que ressuscita em "O Corvo" (1994), mas foi morto em uma cena de tiroteio. Em "Tróia" (2004), Brad Pitt rompeu o tendão de Aquiles atuando como... Aquiles.

Mas poucos filmes possuem tantas coincidências quanto "À Beira do Caminho", de Breno Silveira, diretor de "2 Filhos de Francisco", um dos maiores sucessos do cinema nacional.

A começar pelo ator João Miguel, que assumiu um personagem com seu nome e, assim como seu caminhoneiro das telonas, também precisou lidar com uma perda, a do ator de Mali Sotigui Kouyaté, a quem o baiano chamava de "mestre".

"Foi o filme que que mais chorei. Eu perdi uma pessoa querida durante as filmagens. O entendimento dessa perda quando eu estava na estrada foi importante. Eu vivi aquelas emoções", confessa Miguel.

O pequeno Vinícius Nascimento, que tinha 10 anos quando começou a rodar, em 2010, já sabia que o personagem Duda era uma criança em busca do pai. Um sentimento que conhece bem --ele nunca conheceu o pai. "São coisas da vida, mas o filme me ajudou a encarar o passado", conta o tímido ator.

Mas a coincidência mais impressionante foi a do diretor Breno Silveira. Ele preparava a superprodução "Gonzaga - De Pai Para Filho", quando deparou-se com a ideia da jornalista e escritora Léa Penteado. Ela juntou frases de músicas de Roberto Carlos, começando pela canção "Sentado à Beira do Caminho", passando por "A Distância" e "O Portão", e formou o argumento do longa.

Divulgação
Cena do filme "À Beira do Caminho"
Cena do filme "À Beira do Caminho"

A história, roteirizada por Patrícia Andrade, era sobre um homem que sai pela estrada após sofrer com a morte da mulher. Antes de começar a montagem do filme, ano passado, o cineasta perdeu a esposa, Renata, vítima de um tumor no cérebro.

"É um filme sobre um homem reaprendendo a amar depois de uma grande perda. Ele me provoca uma emoção profunda", diz emocionado o diretor. "Eu, de repente, virei João."

A última coincidência trágica foi na primeira exibição do longa no Festival de Recife, em abril passado.

Um problema com um arquivo de áudio da cópia digital deixou o som repleto de ruídos e quase impossível de ser compreendido.

"Tentei parar a exibição, mas não foi possível. Chorei muito. O som é a alma de qualquer filme" fala Silveira.

Mas "À Beira do Caminho" também é sobre redenção. E é isso que o cinema nacional espera ter com o filme, que pode ser o primeiro drama do ano a passar da marca do milhão de espectadores.

"Fico morrendo de medo dessa pressão. Tenho certeza que o longa vai ter um bom boca a boca, mas qual será a importância disso? Estou curioso", exalta o cineasta.

A arma de Breno Silveira é seu ótimo equilíbrio dramático, que arrancou aplausos e lágrimas em Pernambuco. "É muito fácil cair em armadilhas quando fazemos um drama", explica o diretor.

"Se a pessoa sente-se enganada, eu fico chateado. Tenho raiva de filmes feitos só para emocionar. 'O Campeão', por exemplo, é uma merda de filme. Já em 'Paris Texas', choro de soluçar."

Veja vídeo

 

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