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07/11/2012 - 04h44

"Eu amo o perigo", diz atriz italiana Claudia Cardinale

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RODRIGO SALEM
DE SÃO PAULO

A atriz italiana Claudia Cardinale não pronuncia uma frase sem a palavra "incrível". A única hora em que a diva italiana de raízes tunisianas esquece o adjetivo é quando fala de si mesma: "Não sou única. Há várias boas atrizes novas".

Pode ser, mas nenhuma delas é Claudia Cardinale, a viúva desejável de Sergio Leone em "Era Uma Vez no Oeste" (1968), a fantasia ideal de Federico Fellini em "8 1/2" (1963), a inocência de Luchino Visconti em "O Leopardo" (1963) e a princesa de Blake Edwards em "A Pantera Cor-de-Rosa" (1963).

Aos 74 anos, Cardinale também é a esposa dedicada de "O Gebo e a Sombra", novo filme do português Manoel de Oliveira, escolhido para a repescagem da Mostra de Cinema de São Paulo.

Apesar de trabalhar aqui com um cineasta prestes a completar 104 anos, a atriz costuma apostar em filmes de novos diretores.

Lucas Lima/Folhapress
A atriz italiana Claudia Cardinale esteve em São Paulo na 36ª Mostra
A atriz italiana Claudia Cardinale esteve em São Paulo na 36ª Mostra

"Eu não ganho quase nada de salário, mas gosto de ajudar jovens cineastas, porque eles têm dificuldade em conseguir dinheiro", explica ela, que recebeu o prêmio Leon Cakoff pelo conjunto da obra no encerramento da Mostra, na semana passada.

O prêmio serve de deixa para relembrar grandes momentos do cinema. Claudia rodou no Brasil "Uma Rosa Para Todos" (1967), mas guarda com especial carinho as filmagens na Amazônia de "Fitzcarraldo" (1982), de Werner Herzog.

"Foi a maior aventura da minha vida. Filmava com centenas de índios seminus, que me deram vários presentes. Quando voltei para a Amazônia, anos depois, precisei dançar duas horas com eles... ainda seminus", diz Cardinale, gargalhadando.

"A parte ruim era que não sabia o que comer. E os mosquitos. Gosto do perigo. Quando é fácil, não tem graça."

AMAZONA INSANA

Foi assim que Cardinale quase levou o diretor Richard Brooks à loucura em "Os Profissionais" (1967). "Eu queria fazer todas as cenas perigosas. Montei o cavalo e saí galopando com bombas explodindo ao meu lado. Só ouvia Richard gritando: 'Sua louca, sua louca'", lembra.

Nas filmagens de "A Pantera Cor-de-Rosa", a insanidade dominava. "Blake Edwards era um amor de pessoa, mas era totalmente maluco. Às vezes, colocava as pernas nas câmeras e filmava de cabeça para baixo. Já Peter Sellers ficava no canto do estúdio, deprimido, sem falar uma palavra."

Claudia Cardinale só nunca cruzou um limite: a nudez. Ela se recusava a tirar a roupa, apesar de interpretar mulheres sensuais. "A imaginação é mais erótica", acredita. Por causa disso, criou uma saia justa com outra musa italiana, Monica Bellucci.

"Em uma entrevista a uma rádio, perguntei para Monica: 'Por que você faz isso?'. Ela não respondeu, apenas riu", lembra Cardinale.

O colega dela Franco Nero, ícone do faroeste spaghetti, foi escalado para o novo filme de Quentin Tarantino, "Django Livre", previsto para janeiro. Cardinale não acharia má ideia trabalhar com o diretor de "Pulp Fiction". "Conheço Tarantino. Já fiz filmes violentos e acho que poderia ter um papel em um de seus filmes. Só falta ele convidar", afirma.

 

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