A galeria Millan hospeda, a partir desta terça (6), a exposição Cine, do fotógrafo e arquiteto paulistano Arnaldo Pappalardo. O título prenuncia o ponto em comum da seleção de imagens aparentemente fortuita: o movimento.
As fotografias não respondem a um único tema nem foram feitas na mesma época e lugar, mas são vinculadas na mostra, sobrepostas ou posicionadas lado a lado registros de Paris e de São Paulo, por exemplo, são apresentados sequencialmente em uma estrutura de três quadros.
Seu intuito, diz Pappalardo, é mostrar detalhes de lugares e motivos corriqueiros, como elementos de ruas, orelhões e muros que muitas vezes passam despercebidos.
De um lixo, o artista resgatou um filme fotográfico, cujas imagens (de diversas mãos) foram reveladas e dispostas em placas de acrílico.
"Achei genial", conta ele. "O filme estava em fase de deterioração, o que trouxe movimento para o trabalho."
Em outro espaço da mostra, Pappalardo brinca com métodos de revelação usados durante o século 19, como a goma bicromatada, que permite a criação de imagens coloridas em qualquer matiz, e impressões a jato de tinta em papel de algodão, resultando num conjunto caleidoscópico.
Apesar do título, a exposição não exibe vídeos, e o movimento resulta exclusivamente da observação das próprias imagens estáticas.
Apreciador da teoria filosófica de "rizoma" (que contraria a origem linear, propondo em seu lugar uma infinita capacidade de expansão), do francês Gilles Deleuze, Pappalardo afirma que suas obras não seguem linhas hierárquicas e não têm começo, meio e fim. "Quero que cada uma crie o seu caminho dentro da exposição ."
CINE
QUANDO abertura nesta terça(6), das 19h às 22h; ter. a sex., das 10h às 19h; sáb.,das 11h às 18h; até 3/3
ONDE Galeria Millan, r. Fradique Coutinho, 1.360, tel. (11) 3031-6007
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