O terceiro volume da Coleção Folha Óperas e Concertos para Crianças, clássico "Romeu e Julieta" chega às bancas no próximo domingo (4) e apresenta ao pequeno leitor uma narrativa permeada por temas como amor romântico e intolerância.

A obra do escritor inglês William Shakespeare (1564-1616) foi adaptada para o balé pelo compositor russo Serguei Prokófiev (1891-1953).

Considerada uma das peças shakespearianas mais populares, o enredo trata da temática do amor jovial e os obstáculos que ele enfrenta em sua trajetória.

Romeu Montecchio e Julieta Capuletto se apaixonam à primeira vista em uma festa na casa dela. Ele entra disfarçado porque suas famílias são inimigas. Na mesma noite, Romeu a pede em casamento, e ela aceita, mesmo com medo do que possa acontecer. A partir daí, o casal enfrentará diversos percalços para tentar ficar junto.

Para Eduardo Viveiros de Castro e Ricardo Benzaquen de Araújo, o amor de Romeu e Julieta é visto como a inauguração de um novo mundo, uma nova concepção das relações entre pessoas e sociedade.

Segundo eles, os indivíduos deixaram de anular suas identidades por causa das regras sociais e passaram, por exemplo, a contestar papéis sociais antiquados.

O terceiro volume da coleção captura a essência da tragédia por meio de textos ilustrados, atividades e uma gravação em CD da Orquestra Sinfônica Nacional da Ucrânia, regida pelo inglês Andrew Mogrelia.

O livro explica ao jovem leitor qual é a relação entre as faixas do álbum e os trechos da história adaptada.

Para Irineu Franco Perpetuo, jornalista e curador da coleção, "as obras de Prokófiev eram um dos pilares do repertório das orquestras dos países que constituíam a antiga URSS e, portanto, a Orquestra Sinfônica Nacional da Ucrânia executa-a com enorme familiaridade com o estilo do compositor."

"'Romeu e Julieta', obra que compôs quando voltou à Rússia, corresponde a sua última fase estética, na qual deixa para trás o modernismo mordaz, agressivo e sarcástico de sua produção ocidental, adotando um idioma neorromântico", diz Franco Perpetuo.

O bailado, uma das diversas adaptações da obra, estreou no final dos anos 1930, mas a fama só veio três décadas depois com os bailarinos Margot Fonteyn e Rudolf Nureyev. Um dos pontos altos é o "pas de deux" dos protagonistas, que cantam e dançam ao descobrirem seu amor.

Segundo o curador desta Coleção Folha, "o trecho musical dos Montéquios e Capuletos foi largamente utilizado pelo cinema, televisão, música pop e até jogos eletrônicos, e é daquelas melodias que você conhece sem saber de onde veio".