Heroísmo, romance e fantasia constituem o balé "Dom Quixote", de Ludwig Minkus (1826-1917), tema do sexto volume da Coleção Folha Concertos e Óperas para Crianças. A edição chega às bancas no próximo domingo (25).
A obra é inspirada em um dos maiores clássicos da literatura, a obra homônima de Miguel de Cervantes (1547-1616). Foi adaptada livremente pelo francês Marius Petipa (1818-1910), que a tornou um trabalho memorável no repertório do balé clássico.
O enredo narra a história de Dom Quixote, um homem excêntrico e recluso, apaixonado pela leitura, especialmente as histórias de cavalaria. Um dia, decidido a tornar-se cavaleiro, convida Sancho Pança, seu criado, para partir em nome de suas próprias façanhas.
A dupla logo conhece Lourenço, dono de uma taberna —a qual Dom Quixote jura ser um castelo— e sua filha Kitri, visualizando-a como sua amada Dulcineia.
O protagonista crê tanto que vive um romance de cavalaria que nem percebe que não vê as coisas como elas realmente são.
Otimista que é, o herói queria percorrer o mundo, revogar a crueldade da humanidade, proteger os fracos e oprimidos.
A imaginação do protagonista é tamanha que esta lhe pregará peças no percurso. Confusões, paixões e inimigos imaginários vão aparecer no destino da dupla.
Seu retrato conquista nossa simpatia e empatia, e assim, desadormece o sonhador que habita dentro de nós.
BAÚ DE TESOUROS
Conto épico que reside no imaginário coletivo universal, "Dom Quixote" enlaça vida real e o universo da fantasia.
A atmosfera burlesca, cheia de aventuras e de música vibrante, influenciou gerações de escritores, cineastas, pintores, músicos.
A obra é vista como um baú de tesouros, cheio de possibilidades dramáticas, daí tantas versões da produção.
O balé de Petipa, por exemplo, estreou em 1869, no Teatro Bolshoi de Moscou. Ele fincou na obra traços hispânicos por meio de cores fortes, vivacidade, jocosidade e destreza.
"Dom Quixote" quebra com a tradição do balé romântico.
Um exemplo disso são as cores intensas dos trajes dos bailarinos: vermelho, preto e amarelo, deixando de lado a imagem celestial costumeira.
Trata-se de um dos balés de maior sucesso e de maior público, ao lado de obras como "O Lago dos Cisnes" e "O Quebra-Nozes". O principal elo entre elas é que conseguem encantar públicos de todas as idades.
No CD que acompanha o volume, a adaptação é interpretada pela Orquestra e Ópera Nacional de Sófia, regida pelo maestro búlgaro Nayden Todorov. A edição traz ao pequeno leitor atividades recreativas e ilustrações do espanhol Pedro José de Arriba.
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