Sarah Mota Resende
São Paulo

Os pequenos veem na TV, ouvem os pais falarem, escutam os irmãos ou colegas mais velhos buchicharem. Com energia típica da idade, os mais afoitos também querem participar. Mas e aí, na hora que vem o pedido: dá para levar criança em festivais de música como o Lollapalooza?

Se depender da família Rochadel, de São Paulo, a resposta é afirmativa. Com dois meninos, um de sete anos e um de dez, a matriarca contou à Folha a experiência de apreciar o evento, in loco, pelo segundo ano seguido ao lado dos filhos.

“Eles que quiseram vir por causa do Red Hot Chilli Peppers. Eles já tão até ‘se achando’. É a segunda vez que eles vêm. A primeira foi no ano passado”, diz a produtora Joana Rochadel, 39, que estava acompanhada do marido. Em 2017, eles foram para assistir à apresentação do Metallica. 

Na sétima edição do evento no Brasil, a banda americana que atraiu a família paulistana foi a principal atração desta sexta (23), primeiro dia de evento, que se encerra neste domingo (25). 

Antes de outra coisa, a saber para as próximas edições: a partir dos 15 anos, a entrada é livre. De cinco a 14, como é o caso dos filhos da Joana, os menores precisam estar acompanhados por pais ou responsáveis. Abaixo de cinco, não pode entrar de jeito nenhum. E boa notícia para o bolso: menores de 10 não pagam entrada.

“Uma coisa que eu faço é colocar neles uma pulseirinha com meu nome e telefone. Também coloco um papel, com as mesmas informações, em cada bolso deles”, afirma. “E ainda marcamos um ponto de encontro, que é aquele brinquedo ali, bem iluminado”, afirma, apontando para o Kamikaze que, neste ano, estava localizado ao fundo do palco Onix.

Segundo a produtora, eles não tiveram problemas em nenhuma das vezes. Ela e o marido dividiram a atenção para cada filho. “A maior preocupação é mesmo me perder deles”, diz ela.

Mas não se atrevem a adentrar na multidão que se aglomera tentando um lugar ao sol para ver os ídolos mais de perto.

“Para podermos sentar, a gente fica na grama, mas na parte mais alta, bem no fundo. Porque o que acontece: se tiver alguma confusão, o pessoal sai correndo e, se pra gente, adulto, sozinho, já é perigoso, imagina com duas crianças. Não dá. Então ficamos longe de aglomerações”, afirma.

Outra dica é estar bem (mais) preparado: é importante mantê-los hidratados, com bastante água, levar bonés, chapéus e passar bastante protetor para proteger do sol.

“Eles curtem mais pelo rolê. Querem vir, conhecer outras bandas, outros tipos de apresentações, passear, comer”, diz Rochadel. Os brinquedos é que acabaram ficando de fora, a contragosto dos meninos. A culpa é das filas. Com tempo de espera alto, a família acaba desanimando de esperar para não perder outras coisas do festival.

E o horário? Como fez Rochadel, a orientação é que cada família analise o lineup junta para decidir roteiro e horários. Como o primeiro show que eles queriam ver, do LCD Soundsystem, começava às 19h30, eles chegaram às 16h30 para poderem comer e caminhar pelo local —o evento acontece no gigantesco complexo do Autódromo de Intelerlagos. 

Depois, para ver a banda liderada por Anthony Kiedis, eles compraram bebidas —água e refrigerante para as crianças— e aportaram no lugar escolhido, com tranquilidade.

Dos pontos negativos, Rochadel destaca os banheiros que, mesmo em maior quantidade que no ano anterior, continuam sujos. “Acho um absurdo pagar o valor do ingresso para ter acesso a banheiros horríveis.”

E o transporte? No ano passado, a família experimentou o combo trem e baldeação para o metrô. Mas acharam a saída muito tumultuada e ruim, principalmente, para o filho menor, que na época tinha seis anos. Em 2018, os Rochadel foram de carro próprio. “Achamos um estacionamento próximo e foi tranquilo, mas, claro, sair nunca é fácil. Já tem que vir naquela energia de ‘é roubada’”, brinca, aos risos.

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