Em 'Mulheres da Noite', união de irmãs vira miséria pelas mãos de Mizoguchi

O 24º volume da Coleção Folha chega às bancas em 6 de janeiro

Cena do filme "Mulheres da Noite", do janponês Kenji Mizoguchi
Cena do filme 'Mulheres da Noite', de Kenji Mizoguchi - Divulgação
Cristiane Martins
São Paulo

“Mulheres da Noite” narra o reencontro das irmãs Fusako, uma viúva de guerra, e Natsuko, envolvida com um contrabandista. Em clichês cinematográficos, a união traria a proximidade familiar, mas com Kenji Mizoguchi ela se transforma em miséria.

O longa de 1948, apresentado ao leitor no 24º volume da Coleção Folha Grandes Diretores no Cinema, que chega às bancas em 6 de janeiro, retrata as duas tentando sobreviver à penúria do pós-Guerra e ao moralismo da época.

Mizoguchi, um dos maiores diretores japoneses, morreu em 1956, aos 58 anos. Multifacetado, era minucioso e exigia precisão da equipe técnica e dos atores, o que frequentemente resultava em um 
tenso set de filmagens.

A compaixão pelas mulheres oprimidas o levou a ser rotulado como feminista. Inspirado também no neorrealismo italiano, o diretor se empenhou em retratar os sofrimentos de mulheres à margem da sociedade, como gueixas e prostitutas de rua.

Mizoguchi também expôs a hipocrisia e a exploração do mundo masculino em mais de cem obras, que narram desde o Japão feudal até o moderno e devastado pela guerra.

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