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Paul McCartney levanta público de SP com hinos do rock em sua 25ª apresentação no país

Com turnê 'Freshen Up Tour', cantor faz show de quase três horas na capital paulista

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Paul McCartney se apresenta no Allianz Parque, em São Paulo Nelson Almeida - 27.mar.2019/AFP

São Paulo

O maior karaokê da Terra está de volta ao Brasil. O inglês Paul McCartney fez 45 mil pessoas cantarem hinos do rock na noite desta terça (26), no Allianz Parque, em São Paulo. Foram quase três horas de show.

Aos 76 anos, ele parece dormir numa banheira de formol. A voz segue forte, sem fraquejar em nenhum momento, o preparo físico é invejável e o rosto está rejuvenescido com correções cirúrgicas bem precisas.

Os integrantes da banda que o acompanha nesta década são em média 25 anos mais jovens do que ele, mas começam a parecer mais velhos na comparação com o patrão.

O show abriu a oitava turnê do ex-Beatle ao Brasil, na primeira de três datas da "Freshen Up Tour". As outras são na quarta (27), no mesmo Allianz Parque, e no sábado (30), em Curitiba.

Para aquela que seria sua vigésima quinta apresentação no país, Paul fez apenas pequenas alterações no repertório que leva habitualmente para a estrada. Em relação às últimas visitas, intensificadas desde 2010, com 20 shows de lá para cá, a novidade estava em algumas canções de seu 18º álbum solo, "Egypt Station", lançado no ano passado.

O cantor escolheu quatro faixas do disco: três bons rocks, "Who Cares", "Come On to Me" e "Fuh You", e, como não poderia deixar de ser, "Back in Brazil".

Nesta canção homenagem ao país que visita agora, ele mostra que até os gênios caem nos clichês. A música é uma bossa sacudida, sambinha para inglês ver, e some no meio dos clássicos que foram tocados antes e depois.

Além de ser o maior hitmaker do planeta, Paul sabe tudo de costurar um roteiro de show. Nos primeiros 90 minutos no palco, desfila canções da carreira solo, outras gravadas com o Wings, grupo que montou nos anos 1970, e poucas músicas do Beatles, até algumas menos conhecidas, se é possível dizer isso quando se trata do quarteto.

Claro que "I've Got a Feeling" e "Got to Get You into My Life" são recebidas com empolgação, diante de uma plateia de convertidos, mas os urros surgem mesmo com "Love Me Do" e "Blackbird". Para os veteranos fãs de carteirinha, há o prazer de ouvir até uma canção pré-Beatles, "In Spite of All the Danger", da época do Quarrymen, grupo embrião da banda famosa.

O show segue agradável e vibrante, conduzido pelos textos engraçadinhos em português que Paul faz um esforço danado para falar. Então, depois de 21 músicas que já valeriam o dinheiro do ingresso, "Lady Madonna" e "Eleanor Rigby" disparam adrenalina pelo estádio, para uma segunda parte delirante.

"Something", dedicada a George Harrison, emociona e abre espaço para a sequência de seis monumentos roqueiros que vão encerrar o show, antes do bis: "Ob-La-Di, Ob-La-Da", "Band on the Run", "Back in the U.S.S.R.", "Let It Be", "Live and Let Die" e "Hey Jude", esta cantada por qualquer ser humano dentro do estádio.

Além desse aumento gradativo da voltagem do show, deixando as mais adoradas para o final, Paul acerta ao alternar canções simples, como "From Me to You", e obras complexas como "Band on the Run", com suas três partes de andamento variado, funcionando na arena como uma suíte grandiosa.

Entre as seis canções do bis, a surpresa de Paul não cantar "Yesterday", que tinha aparecido em todos os shows anteriores no Brasil. O show terminou com "Hi, Hi, Hi", sucesso do Wings, e cinco dos Beatles. Ele mostrou "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band", "Helter Skelter" (o momento proto-metal do grupo) e as habituais nos encerramentos: "Golden Slumbers", "Carry That Weight" e "The End".

Para quem acompanha Paul McCartney ao vivo, a constatação que o tempo parece adorar o sujeito, deixando-o numa forma plena e espantosa. Para quem nunca tinha visto, uma noite que não será esquecida

Paul McCartney - 'Freshen Up Tour'

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