'No centro da história não está um macho alfa', afirma ator de 'The Good Doctor'

Globoplay libera neste domingo (14) o segundo lote de capítulos da segunda temporada da série

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Freddie Highmore é Shaun Murphy no seriado 'The Good Doctor'
Freddie Highmore é Shaun Murphy no seriado 'The Good Doctor' - Divulgação
Londres

A fixação dos americanos por séries médicas é, com o perdão do trocadilho, uma patologia crônica e longeva. Rápida busca online mostra que ao menos 65 programas com essa temática foram produzidos nos Estados Unidos desde a década de 1950 —hoje há no mínimo seis no ar.

De “M*A*S*H” a “Grey’s Anatomy”, passando por “Plantão Médico” ou ainda “Em Terapia”, médicos, enfermeiros, anestesistas e residentes só rivalizam em assiduidade na TV com policiais e advogados —outros arquétipos-fetiche das plateias e da psique ianques.

Diante dessa protuberância, ainda pode alguma novidade surpreender ou, ajustemos as expectativas, conquistar uma fatia expressiva de consumidores?

“The Good Doctor” mostrou que sim, ao estrear na rede ABC, em setembro de 2017. Seu episódio inaugural desbancou com facilidade a concorrência ao ultrapassar a marca de 19 milhões de espectadores na TV e na primeira semana online.

É um desempenho arrebatador, no patamar de um “Big Bang Theory” e só inferior ao do mastodonte “Game of Thrones” (visto em 2017 por 30 milhões, também considerando todos os suportes).

Desde então, o frisson arrefeceu um tanto, mas a série já garantiu uma terceira temporada. No Brasil, o Globoplay libera neste domingo (14) o segundo lote de capítulos da segunda temporada, encerrada em março nos EUA.

A fórmula do sucesso talvez passe pela assinatura de David Shore, responsável por um clássico recente do gênero médico, “House”. Desta vez, ele adapta para a audiência americana o mote de uma produção sul-coreana sobre um jovem cirurgião autista.

Prodígio da técnica, mas quase incapaz de estabelecer vínculos interpessoais, o protagonista Shaun Murphy é interpretado pelo inglês Freddie Highmore, 27.

“O ambiente da medicina empurra as pessoas até seus limites, ajuda a entender o que é a humanidade”, diz ele, buscando explicar o gosto do público pelo gênero.

“Mas aqui não se trata de replicar uma receita bem-sucedida. No centro da história não está um macho alfa tradicional. Shaun fala a quem se sente diferente, marginalizado.”

Na visão de Highmore, outro traço distintivo é uma bem-vinda ligeireza. “Há tanta desgraça todo dia no noticiário que, quando o jornal acaba, talvez as pessoas queiram algo mais alegre.”

Alegre talvez não seja o melhor adjetivo para descrever o tom predominante dos roteiros, que intercalam o quadro clínico dos pacientes do hospital em que Shaun e colegas terminam sua formação com as tramas 
pessoais dos residentes.

Mas “The Good Doctor” ganha pontos no que herda do DNA de “House”: a recusa à autocomiseração. Os 
produtores não tratam com zelo excessivo as particularidades intelecto-emocionais do protagonista, mas 
tampouco se esquivam delas.

A leva de episódios que chega agora ao Brasil inclui um segmento dirigido por Highmore, que também já se arriscou na sala de roteiristas do seriado. “Você dá tanto de si para ajudar a criar um personagem que uma hora sente a necessidade de contribuir de outras formas com o desenvolvimento dele”, diz o ator.

O jornalista viajou a convite do Globoplay. 

The Good Doctor
Novos episódios disponíveis a partir deste domingo (14), no Globoplay
 

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