Atrações da Virada, Boogarins e Pabllo Vittar mostram busca por diversidade

Grupo goiano de rock e drag queen maranhense falam sobre shows que gostariam de ver no evento

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Neste fim de semana, a Prefeitura de São Paulo espera receber 5 milhões de pessoas e realizar a maior edição da Virada Cultural. Para atingir o feito, além de uma programação extensa, a ideia da curadoria é apostar na diversidade. Na prática, isso significa música cristã convivendo com hits gays, “sofrência” sertaneja a poucos metros do palco de hip-hop, além dos espaços de rock e MPB, entre outros.

Pabllo Vittar, que canta em um dos palcos principais, o da Praça da República, acabou de retornar de uma turnê internacional. “Todo mundo cantava com sotaques diferentes, muito fofinho”, ri a drag queen, que passou por países da América do Sul e da Europa.

Ela vai reencontrar os brasileiros às 4h da manhã de domingo, três horas depois de os Boogarins subirem ao palco de rock, na avenida Rio Branco. “Acho que a maior diferença de tocar na Virada é a presença de menores de idade”, comenta Benke Ferraz, guitarrista e produtor do grupo. “É bem engraçado, porque nas casas e festivais, eles não entram.”

Tanto a maranhense quanto os goianos são reconhecidos no exterior. No México, Pabllo conheceu a sensação da música pop espanhola Rosalía, sobre quem brinca que gostaria de ver se apresentando na Virada. Já Benke, se tivesse que, hipoteticamente, escolher um artista para se apresentar nas ruas de São Paulo, ficaria com o Nirvana, cujo líder, Kurt Cobain, morreu em 1994. “Queria ver aquele show que eles fizeram no Morumbi, só que na Virada”, diz.

Os Boogarins vão retornar à Virada depois de terem se apresentado no evento no ano passado. “Foi inesquecível para nós”, revela o guitarrista. “A rua lotada, de madrugada, com o pessoal cantando as músicas.”

O grupo goiano lançou recentemente seu quarto álbum de estúdio, “Sombrou Dúvida”. O disco é menos experimental que seu antecessor, “Lá Vem a Morte” (2017). Para Benke, o trabalho tem mais a ver com o atual momento da banda no palco. “Queríamos fazer um disco ‘mais canção’, com as vozes mais claras.”

Pabllo, com carreira mais curta, nunca se apresentou na Virada, mas se diz fã de festivais e shows em espaços abertos. No quesito eventos na rua, ela está mais familiarizada com as paradas LGBT. Pabllo, inclusive, parte no mês que vem para uma série de shows nas maiores paradas americanas, incluindo as de Nova York e San Francisco.

Raphael Vaz (baixo), Dinho Almeida (vocal e guitarria), Ynaiã Benthroldo (bateria) e Benke Ferraz (guitarra), integrantes do Boogarins
Raphael Vaz (baixo), Dinho Almeida (vocal e guitarria), Ynaiã Benthroldo (bateria) e Benke Ferraz (guitarra), integrantes do Boogarins - Beatriz Perini/Divulgação

“Eu tinha medo de ir na de São Paulo, minha mãe também”, confessa a drag, que foi a uma parada gay pela primeira vez aos 13 anos, quando ainda morava no Maranhão. “Na primeira vez [em SP], já fui montada. Sempre vai muita gente quando faço shows em lugares assim. Fico muito energizada e saio exausta.”

Exemplos da pluralidade da Virada, Boogarins e Pabllo Vittar reúnem públicos tão diferentes quanto os shows que eles mesmo querem assistir no fim de semana. “Emicida, Iza, que eu nunca vi, e Caetano”, diz Pabllo. Já Benke quer ver o grupo de trap Recayd Mob. “É maluco como eles conseguem conversar com a pirralhada. Vários artistas com cachês mais altos não têm um terço do apelo deles.”


Como chegar e sair da Virada Cultural

A 15ª Virada Cultural começa às 18h de sábado e vai até às 18h do domingo.Para dar espaço ao evento, que ocorre majoritariamente no centro, algumas avenidas principais, como Rio Branco, Ipiranga e São João, ficam bloqueadas. A desmontagem das estruturas e liberação das viam começam às 20h de domingo, com liberação total prevista para às 5h de segunda-feira. O melhor é evitar o carro, uma vez que o transporte público faz esquema especial e funciona sem parar

Metrô 
As linhas operam de maneira ininterrupta a partir das 4h40 de sábado até a meia-noite do domingo, com exceção da Linha 15-Prata, que não opera a partir das 13h do sábado. A medida também será adotada nas linhas 4-Amarela e 5-Lilás. Para quem vai de bicicleta, as regras continuam iguais —embarque a partir das 14h do sábado, no último vagão

CPTM
As linhas operam das 4h de sábado até a meia-noite de domingo, com exceção da Linha 13-Jade. Durante a madrugada, entre 1h e 4h, o intervalo entre os trens será de 30 minutos. Embora todas as estações permaneçam abertas para desembarque, apenas as que têm integração com o Metrô funcionam para embarque na madrugada 

Ônibus
A partir das 16h do sábado, até às 20h do domingo, 111 linhas de ônibus da SPTrans têm alterações de itinerários na região central, operando em sistema circular ou com ponto final alterado. É possível conferir todas as mudanças de no site da SPTrans

Para mais detalhes sobre as mudanças, acesse o site da SPTrans: sptrans.com.br

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