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Obras clássicas de Agatha Christie chegam a bancas e livrarias do país

Coleção Folha lança 'Cai o Pano' e 'O Assassinato no Expresso Oriente'

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São Paulo

A escolha de “Assassinato no Expresso Oriente” para abrir a Coleção Folha O Melhor de Agatha Christie, nas bancas a partir deste domingo (2), contempla o maior sucesso da escritora inglesa entre as mais de 160 adaptações de suas obras para cinema e televisão.

Quem comprar o primeiro volume recebe gratuitamente o segundo livro da série, “Cai o Pano: O Último Caso de Poirot”. Em ambos, há a presença do detetive belga Hercule Poirot, maior personagem entre os criados pela escritora.

Além da aparição de seu maior herói, “Assassinato no Expresso Oriente” traz características marcantes no modo de escrever da autora.

Ela gostava de inserir os crimes misteriosos em ambientes fechados. Os cenários da maioria de suas tramas são mansões, casas de campo, hotéis, clubes e navios.

Nessa aventura, o desejo de limitação chega ao extremo, com toda a ação se passando dentro do luxuoso trem que viaja de Istambul a Paris. O crime acontece durante a viagem, e assim Poirot, fortuitamente um dos passageiros, tem em torno dele todos os suspeitos a partir dos quais descobrir o culpado.

Outra característica recorrente nos romances de Agatha Christie é criar um grande número de personagens. Um raciocínio simples: assim, ela aumenta o número de suspeitos, dando mais trabalho a seus detetives e aos leitores que embarcam no jogo da investigação.

Além de alguns episódios das inúmeras séries da TV britânica inspiradas em obras da escritora, “Assassinato no Expresso Oriente” teve duas elogiadas e bem-sucedidas adaptações para o cinema —em 1974, com direção de Sidney Lumet, e, em 2017, num filme dirigido por Kenneth Branagh, que também interpreta Poirot.

A predileção pelo grande número de personagens obrigou a escalação de um elenco estelar nas duas produções. A trama é singular, porque não existem personagens secundários, todos dividem as atenções do público.

Em 1974, além de Albert Finney no papel de Poirot, o elenco reúne Sean Connery, Ingrid Bergman, Jacqueline Bisset, Lauren Bacall, Anthony Perkins, Vanessa Redgrave, Richard Widmark e Michael York, entre outros.

Na refilmagem de 2017, Kenneth Branagh dirige astros como Johnny Depp, Penélope Cruz, Daisy Ridley, Michelle Pfeiffer, Judi Dench, Olivia Colman e Willem Dafoe.

Num balanço informal das críticas recebidas por cada filme na época dos lançamentos, é possível afirmar que o primeiro agradou mais. Foi indicado a seis categorias no Oscar de 1975 e levou um troféu. Ingrid Bergman, que já tinha duas estatuetas de melhor atriz, ganhou o prêmio de coadjuvante no papel de Greta Ohlsson, uma personagem que Poirot demora a considerar como suspeita.

A comparação entre os intérpretes de Poirot também favorece o primeiro filme. Albert Finney consegue apresentar tiques e manias suficientes para justificar a fama de esquisitão do detetive, sem cair na caricatura. Já Branagh optou por um Poirot mais contido, menos ranzinza, incapaz de transmitir todas as suas bizarrices conhecidas dos livros.

A vítima do crime, o golpista Ratchett, também ganhou caracterizações bem diferentes. Em 1974, o veterano Richard Widmark faz um tipo soturno, misterioso. No segundo filme, Johnny Depp exagera no tom e mostra um certo deboche, dando um perfil histriônico que não condiz com o personagem original do romance.

Mesmo com ressalvas, o filme de Branagh foi um tremendo sucesso, arrecadando nas bilheterias mais de US$ 350 milhões (cerca de R$ 1,4 bilhão). Desempenho mais do que suficiente para animar o ator e diretor a continuar com Poirot em mais produções. “Morte no Nilo”, outro romance que faz parte da Coleção Folha, já está em produção.

Mais informações no site da coleção: folha.com.br/agathachristie 

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