“Finalmente o slam chega ao palco principal da Flip.” Foi com essa frase que Roberta Estrela d'Alva abriu o primeiro Flip Slam. Foi com essa frase que o público deixou a tenda lotada na praça da Matriz duas horas depois.
A escritora e poeta ganhou o público com sua simpatia e o introduziu pela mão aos cerimoniais do slam, concurso em que autores declamam em voz alta seus textos e recebem notas não apenas pelo texto como também pela performance no palco.
Para compor o júri, cinco pessoas foram escolhidas aleatoriamente entre os espectadores. “Ideia de jerico essa, né, dar nota para poesia”, brinca Estrela d’Alva. Mas ela explica o que avaliar: texto, performance e “o que mexe com você” nos três minutos que cada poeta tem.
Estrela d’Alva contou com a ajuda de colegas do Núcleo Bartolomeu de Depoimentos, a cantora Dani Nega e o DJ Eugênio Lima, para conquistar a plateia bastante diversa de jovens, idosos, brancos e negros que seguiu fiel e participante na noite fria que avançava.
Escalados para a competição estavam a brasileira Pieta Poeta, vencedora do Slam BR do ano passado e representante do Brasil na Copo do Mundo de slam, o cabo-verdiano Edyoung Lennon, a portuguesa Raquel Lima, a americana Porsha Olayiwola, o espanhol Salva Soler e a britânica Joelle Taylor.
Cada um performou três poesias, em três rodadas. Pieta Poeta, que não poupa palavrões, falou sobre feminismo, ser gorda e doença, mas fez o público gritar, levantar e urrar com um texto sobre fake news políticas, como a mamadeira de piroca, e com críticas ao governo Bolsonaro e a seus ministros.
Raquel Lima se dedicou a temas mais filosóficos, como o tempo e a noção de pertencimento, enquanto Soler começou levantando a plateia com um texto cheio de repetições da palavra “atire” que se transforma em “estire”, mas, perdendo a força nos outros textos, acabou em sexto lugar.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.