Pianista Nelson Freire cai em calçadão no Rio e quebra braço direito

Músico, um dos maiores instrumentistas do mundo, fraturou o osso que une o cotovelo e o ombro

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São Paulo

O pianista Nelson Freire caiu na manhã desta quarta (30) no Rio de Janeiro e fraturou um osso do braço direito, segundo sua assessoria.

O acidente aconteceu no calçadão da Barra da Tijuca, na altura do Posto 3, zona oeste da capital fluminense, onde o músico costuma caminhar quando está na cidade.

A queda se deu após um tropeço em pedras portuguesas soltas do calçamento. Uma senhora que vinha atrás do pianista acabou tropeçando no mesmo lugar.

Freire foi socorrido por salva-vidas da área e depois levado para a emergência do Hospital Samaritano com escoriações.

O artista de 75 anos, um dos maiores pianistas do mundo, teve uma fratura no úmero, osso do braço que liga o ombro ao cotovelo.

Ele está no Hospital Copa D'Or, onde passa por uma cirurgia na lesão nesta quinta (31), a partir das 18h. O procedimento tem previsão de quatro horas de duração.

Ainda segundo seu assessor, Freire deve ter um período de recuperação de, no mínimo, dois meses.

Por conta do acidente, o pianista cancelou seus próximos recitais. Ele se apresentaria nos dias 5 e 6 na Sala São Paulo, na capital paulista, dentro da programação da Cultura Artística, e, em seguida, no dia 10, em Goiânia e, no dia 16, no Rio de Janeiro, com a Orquestra Petrobras Sinfônica no Theatro Municipal.

Foram canceladas as apresentações em Girona, na Espanha, e em Elmau, na Alemanha, no fim de novembro, e em Londres, Amsterdam, Lyon, e São Petersburgo, onde faria, em 23/12, concerto com a Orquestra do Teatro Mariinski, sob regência de Valéry Gergiev.

Fraturas de úmero, e em outros ossos, costumam ser mais comuns em idosos por conta da osteoporose, de dificuldade em manter o equilíbrio e por fraqueza muscular.

A depender do local da fratura e da gravidade, pode haver comprometimento da articulação do ombro, prejudicando movimentos. Pode ainda haver, embora menos frequente, dano aos nervos, responsáveis pela sensibilidade e pelo movimento do membro.

No passado, essas fraturas eram muito mais complicadas de se tratar, a tendência era usar o tratamento conservador, imobilização com gesso, e nem sempre a consolidação do osso se dava na melhor das posições, diz Moisés Cohen, ortopedista e professor titular da Unifesp.

Atualmente, com as cirurgias, a ideia é estabilizar fragmentos e alinhar o osso, para aí recuperar a movimentação, afirma, o que demanda um trabalho cuidadoso.

"Se ficar uma deformidade, com um osso mal consolidado, a pessoa vai fazer tudo, mas especificamente no caso de um pianista profissional pode ser que haja incômodo para alcançar as teclas mais distantes", diz Cohen.

O tempo de recuperação para esse tipo de lesão geralmente é de seis a oito semanas. A menos que haja lesão em nervos, o esperado é que os movimentos sejam completamente restaurados. 

O calçamento da orla na Barra da Tijuca é de responsabilidade da subsecretaria de Conservação da Prefeitura do Rio de Janeiro, que faz parte da Secretaria de Infraestrutura e Habitação.

Colaborou Gabriel Alves

Erramos: o texto foi alterado

Dia 30 foi uma quarta. O texto foi corrigido.

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