O diretor-presidente da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, a EAV, Fabio Szwarcwald, foi suspenso por 30 dias renováveis do cargo pelo secretário estadual de Cultura e de Economia Criativa do Rio de Janeiro, Ruan Fernandes Lira.
A informação foi publicada no Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro nesta quinta (31).
Segundo o ato, o objetivo é impedir que Szwarcwald interfira na apuração de um processo disciplinar instaurado em setembro deste ano.
O processo investiga uma série de denúncias anônimas feitas ao Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro sobre irregularidades no local e na concessão de valores para servidores.
Uma reportagem do jornal O Globo afirma que essas irregularidades são a falta de licitação para renovação do contrato do bistrô que serve a escola, o pagamento de vale-transporte e vale-refeição a funcionários públicos com salários atrasados e um empréstimo a um funcionário na mesma situação.
Ainda na reportagem, Szwarcwald diz que as questões são relacionadas à Associação de Amigos da EAV, que gere o espaço, e que deveria responder apenas por uma outra alegação, de que recebeu passagens indevidas para São Paulo e para Brasília.
Em nota, a assessoria da secretaria disse que reconhece os feitos da gestão de Szwarcwald e que “optou pelo afastamento e não pela exoneração porque acredita no trabalho do servidor e na lisura dos seus atos”.
Também em nota enviada à reportagem, Szwarcwald declarou ter recebido “com muita surpresa” a notícia do afastamento e que apesar de não concordar com a medida “a acata com a devida seriedade”.
Ele informou que todos os questionamentos do processo disciplinar já foram esclarecidas pelo presidente da Associação de Amigos da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, o advogado Marcelo Viveiros de Moura.
Não é a primeira vez que Szwarcwald, um colecionador de arte egresso do mercado financeiro, é afastado do cargo. Em julho do ano passado, ele foi exonerado pela secretaria num dia e voltou ao posto no outro. Na época, a secretaria não informou o que ocasionou o fato.
A escola é um dos berços da arte contemporânea no Rio de Janeiro, e teve como alunos nomes como Beatriz Milhazes, Adriana Varejão e Ernesto Neto. Eles e outros artistas que passaram por lá estavam em cartaz com a exposição “Campo” até o mês passado.
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