Pearl Jam lança 1° álbum em sete anos e batalha lugar no cenário musical moderno

Início da turnê de 'Gigaton' seria em março, em Nova York, mas banda adiou as viagens devido ao coronavírus

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Los Angeles

Um dos alicerces do movimento grunge dos anos 1990, o Pearl Jam está disposto a batalhar por seu lugar no cenário musical moderno —bem inóspito para o rock.

“Gigaton”, primeiro álbum em sete anos do grupo liderado pelo vocalista Eddie Vedder, sai no dia 27 de março com uma série de promoções inusitadas que envolve reproduções do disco em cinemas, uso de realidade aumentada e até doses de tequila.

“Esse disco é fruto de seis anos de trabalho. Espero que o estrago feito ao meu cérebro seja recompensado”, brinda Vedder com um pequeno grupo de convidados, entre eles este repórter, na primeira audição mundial de “Gigaton”, em Los Angeles.

Enquanto o músico serve doses de tequila pela NeueHouse, uma das casas de eventos mais hypadas de Hollywood, os alto-falantes bombardeiam as faixas do novo trabalho, gravado no imersivo sistema de som Dolby Atmos pela primeira vez na história da gravadora Universal Music —o sistema, que inclui caixas de som no teto, existe em algumas salas de cinema no Brasil.

“É uma ideia atraente para o formato. Minha audição não é mais a mesma, fruto do meu trabalho. Mas dizer que teve mágica envolvida [na gravação] é o momento de maior confiança da minha vida. Estou muito orgulhoso, acho que fizemos algo bem positivo”, exalta o líder do quinteto ainda formado pelos guitarristas Mike McCready e Stone Gossard, o baixista Jeff Ament e o baterista Matt Cameron.

“Gigaton” é um dos discos mais ousados do Pearl Jam em muitos anos, mas vai testar águas turbulentas em uma indústria dominada pelo pop e pelo hip-hop. Por isso, o brinde e uma experiência sonora impactante são apenas a ponta do iceberg para a divulgação do projeto.

A banda usou realidade aumentada para revelar o nome (uma medida usada por cientistas do clima para determinar o derretimento das calotas polares) e a capa do disco, uma fotografia de Paul Nicklen. O mesmo artifício foi escolhido para adiantar a música “Superblood Wolfmoon” para os fãs que apontassem o celular para a Lua. Já “Dance of the Clairvoyants”, o elogiado primeiro single, recebeu três vídeos diferentes ao ser lançado oficialmente.

Dois dias antes do lançamento mundial, o álbum tomará 200 salas de cinema do mundo —inclusive no Brasil (se o coronavírus deixar). A ideia é apresentar ao público todo o potencial do Dolby Atmos e projetar na tela as imagens criadas e selecionadas por Joel e Jesse Edwards, artistas responsáveis pelo clipe animado de “Dance of the Clairvoyants”.

“É uma maneira única de experimentar esse álbum. Estou empolgado para que os fãs possam submergir no som e escutar a profundidade e as camadas dessas músicas”, declarou o produtor do disco, Josh Evans, no anúncio do projeto.

A turnê começaria com um show dois dias antes do lançamento do álbum, no lendário Apollo Theater, em Nova York. No entanto, o site da banda já anunciou o adiamento da parte americana das apresentações. O primeiro show, por enquanto, acontece em Frankfurt, no dia 23 de junho.

Mas nem tudo é vanguarda tecnológica. No fim da audição, realizada em janeiro, Eddie Vedder faz questão de cumprimentar cada executivo convidado, mesmo ao lado da filha. Mostra como o corpo a corpo ainda é parte importante da indústria fonográfica.


Faixa a Faixa

'Who Ever Said'
Inicia com cítaras, mas logo deságua numa pancada punk

'Superblood Wolfmoon'
Mantém uma pegada raivosa, com direito a solo de guitarra

'Dance of the Clairvoyants'
Música mais ousada desde a mudança em ‘No Code’

'Quick Escape'
A guitarra serra-elétrica manda neste hard rock riponga

'Alright'
Primeira balada do disco, com um clima de faroeste

'Seven O’Clock'
A melhor do disco; Vedder arrisca um falsete

'Never Destination'
Mais tradicional do álbum, seguindo a linha furiosa

'Take the Long Way'
Retorna ao lado mais punk da banda

'Buckle Up'
Salada levada só pela bateria e pelos vocais de Vedder

'Comes Then Goes'
Linda faixa acústica e uma das mais hippies da banda

'Retrograde'
Levada no violão, mais próxima do disco ‘Backspacer’

'River Cross'
O cantor não perdoa nas letras melancólicas

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