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População precisa de diversão e cinemas são acessíveis e seguros

Esperamos que a prefeitura reveja sua posição de adiamento da reabertura e entenda que os cinemas são locais seguros

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André Sturm

Presidente do Belas Artes Grupo, é ex-secretário municipal de Cultura de São Paulo (jan.17 a jan.19)

Paulo Lui

É empresário e presidente do Sindicato dos Exibidores de SP

No último dia 24, a Folha publicou artigo sobre médicos dos Estados Unidos que fizeram uma tabela das atividades por ordem de risco de transmissão da Covid-19. As salas de cinema estão no grupo de maior risco (nível cinco).

Causa-nos estranheza tal colocação. Afinal, imagina-se que cientistas, para apresentar resultados desta natureza, tenham apurado dados concretos.

Ora, se no mundo inteiro as salas de cinema permaneceram fechadas por todo o período das quarentenas, sendo dos últimos estabelecimentos a retomarem suas atividades, de onde tiram esses cientistas dados para afirmar alto risco de transmissão? Ninguém se contaminou num cinema. E baseados em que estimativa?

Tomo como exemplo, no mesmo estudo, uma atividade considerada de risco baixo: ir ao supermercado. Qual a base “científica” de tal afirmação? Um local onde se circula, onde se toca em diversas mercadorias, se fica próximo de funcionários e outros clientes, eventualmente até encostando neles.

Num cinema você entra, senta-se em sua poltrona e lá permanece por duas horas. Olhando para a frente, com uma poltrona de distância, pelo menos, de qualquer outra pessoa que você não conheça.

Ao término da sessão, sai da sala e vai embora, sem aglomeração, sem levar produtos. As salas são higienizadas ao final de cada sessão, por funcionários treinados. Como essa atividade pode ser de alto risco de transmissão?

O que incomoda são as consequências de tais “pesquisas”. Influenciam as decisões das autoridades e causam medo na população, pois se dizem “científicas”. No dia da publicação, o prefeito anunciou o adiamento da reabertura dos cinemas.

Cinemas são locais muito mais seguros do que a média de outras atividades, sempre. Neste período de transição estão se preparando com medidas adicionais para a segurança de seus frequentadores.

A população precisa de diversão e entretenimento, e os cinemas são a forma mais acessível e segura. O governo do estado entendeu isso e determinou sua reabertura como autorizada a partir desta segunda (27), com um protocolo bastante rigoroso a ser seguido. Somente seis horas de funcionamento, funcionários com máscaras, álcool em gel à disposição do público, distanciamento nas eventuais filas, venda de apenas 40% da capacidade, entre outras medidas.

O protocolo é mais rigoroso do que na França, Espanha, Itália, Coreia do Sul, entre outros, onde não há tantas restrições. Uma dessas determinações, da qual solicitamos revisão, é a proibição de venda de ingressos nas bilheterias, que não ocorre em nenhum outro setor.

Ir ao cinema é uma decisão de momento, com o filme escolhido na bilheteria. Em 2019, 92% dos ingressos foram vendidos nesses locais, contra 8% de vendas online.

A população mais simples, inclusive, será a mais prejudicada, por não ter acesso a aplicativos e cartões de crédito.

Por fim, importante lembrar que os cinemas são setor que emprega grande quantidade de trabalhadores, movimenta centros comerciais, oferece diversão acessível. Esperamos que a prefeitura reveja sua posição e entenda que os cinemas são locais seguros, além de uma necessidade da população após tanto tempo de tensão e isolamento. Como dizia aquele cartaz, o cinema é a melhor diversão.

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