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Sexo costura história de amor conturbada na série 'Normal People'

Adaptação do best-seller de Sally Rooney, trama chamou atenção com suas cenas de nudez, que ajudam a entender os personagens

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São Paulo

Sexo em público, fetiches ousados, orgias. Esqueça tudo o que você tem visto nas séries jovens recentemente. Apesar de seu lado totalmente explícito, “Normal People” quer fazer da cama um lugar para conversas e reflexões, não apenas para a liberação de hormônios adolescentes.

Adaptação do best-seller “Pessoas Normais”, da autora irlandesa Sally Rooney, a série finalmente chega ao Brasil nesta quinta-feira (16), na plataforma de streaming Starzplay. Lá fora, onde estreou há quase três meses, críticos não pouparam elogios à trama, que teve a popularidade alavancada pelo burburinho gerado por suas cenas de sexo e nudez.

“Frequentemente o sexo é a parte problemática de um drama amoroso. Mas nesse caso é o contrário: quando os protagonistas estão juntos, nessa relação íntima, tudo funciona lindamente. São esses os momentos em que eles são mais honestos um com o outro”, diz Lenny Abrahamson, codiretor de “Normal People” e cineasta por trás de filmes como “O Quarto de Jack”.

Na série, o público é apresentado a Marianne e Connell, dois estudantes do ensino médio de uma cidadezinha irlandesa. Tímida e solitária, ela vem de uma família abastada, mas extremamente problemática. Já ele faz parte do grupo dos populares e sua mãe é faxineira na casa da colega de sala.

Eles se envolvem amorosamente —mas em segredo, para não pôr o status de descolado de Connell em risco— e a trama os acompanha, entre idas e vindas, até chegarem à universidade.

“O que é fascinante nesse amor é que o Connell acha que ele é proibido e a Marianne de alguma forma aceita isso. Mas o interessante é que ninguém ligaria se eles estivessem juntos —toda a complexidade desse relacionamento é trazida pelos próprios personagens”, diz Abrahamson.

“Não há qualquer drama externo, sabe. O Connell não tem que ir para o exército ou coisa assim. Não há uma pressão exterior. O drama vem dos detalhes, dessa dança dos protagonistas.”

Essa falta de grandes acontecimentos torna a interação entre o par romântico a grande força motriz da série. Silêncios, olhares e carícias ganham peso enorme à medida que Connell e Marianne vão se conhecendo. É daí que vem a importância de dar atenção especial ao sexo, porque é por meio dele que os dois vão se sentindo confortáveis um com o outro.

Mas não é como se transas e nudez fossem algo tão escandaloso no meio televisivo contemporâneo. Quando falamos de séries com pegada adolescente, parece que quanto mais explícitas forem as cenas, mais popularidade elas recebem.

Abrahamson, no entanto, gosta de separar “Normal People” de seus pares juvenis. Para ele, o sexo aqui tem um motivo para estar tão presente: é justamente por causa da intimidade que ele oferece que nos aprofundamos no relacionamento do casal protagonista.

“Hoje em dia, as pessoas estão com menos medo do sexo e da nudez explícitos. Os tabus já não são tão fortes. Mas eu acho que há diferentes maneiras de retratar isso, e em ‘Normal People’ nossa abordagem da intimidade é bem diferente do que em outras séries”, diz o diretor.

“Em algumas tramas há esse aspecto sensacionalista, de ‘olha como isso é real, como nós somos extremos’. Mas eu espero que o que fizemos mostre com lealdade as dimensões de Connell e Marianne. Para eles, sexo é uma parte importante do relacionamento, que se emenda em suas conversas com naturalidade.”

Por mais sensuais e gráficas que pareçam as cenas de “Normal People”, no entanto, muito do que o público vê é um grande jogo que combina iluminação, câmera, montagem e técnicas ensinadas por uma coordenadora de intimidade —“ela nos ajudou a encontrar maneiras de gravar cenas como se elas fossem muito físicas, sem realmente ser”.

O elenco também precisava se sentir confortável em meio ao constante atrito de pele com pele. Para isso, os atores que vivem os protagonistas, Paul Mescal e Daisy Edgar-Jones, se envolveram diretamente no processo de concepção das cenas quentes.

“O sexo é uma parte central da trama, então nós precisávamos acertar nisso, mas de uma maneira que fosse confortável para os atores e a equipe. Nós pensamos muito na hora de imaginar essas cenas, caso contrário, poderíamos criar uma situação esquisita para todos."

Normal People

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