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Semana de moda de Londres estreia em formato digital e sem Victoria Beckham

Edição valoriza o gênero fluido e maioria dos estilistas optam por vídeos para apresentar coleções

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Pauline Froissart
Londres | AFP

A Fashion Week de Londres começa nesta sexta-feira (19) em formato totalmente digital em um país confinado pela pandemia do novo coronavírus, com alguns grandes nomes no programa, como Burberry, mas sem Victoria Beckham.

Apesar da ausência de estrelas, influenciadores e jornalistas de moda no evento, que termina terça (23), alguns estilistas decidiram realizar um desfile.

É o caso de Bora Aksu, turco instalado em Londres, da britânica Molly Goddard, e da irlandesa Simone Rocha, cujos desfiles serão veiculados no site da organização.

A maioria dos 94 estilistas participantes optou por vídeos para valorizar suas coleções que podem ser masculinas, femininas, ou mistas, já que esta Fashion Week optou pelo gênero fluido.

O italiano Riccardo Tisci, diretor criativo da marca britânica Burberry, conhecida por seu icônico trench coat, apresentará a coleção masculina de outono e inverno de 2021 na segunda (22).

Embora não tenha especificado como será o formato dessa apresentação, a Burberry inovou na apresentação de sua coleção de primavera e verão de 2021, em setembro do ano passado. Na oportunidade, organizou um desfile no meio da floresta transmitido pelo Twitch, uma plataforma de streaming que popularizou a veiculação de vídeos que oferecem a possibilidade de comentar ao vivo. Mais de 40 mil pessoas viram o evento.

A ex-Spice Girl que virou estilista Victoria Beckham optou por apresentar suas criações poucos dias antes da Fashion Week.

Esta coleção, que mescla as temporadas, pretende ser "otimista, mas realista", afirmou Beckham, que passa seu isolamento na Flórida, já que seu marido, o jogador de futebol David Beckham, é um dos coproprietários do Inter Miami.

Apesar da pandemia, "as pessoas querem se vestir", disse Victoria Beckham. "Mas há uma necessidade de conforto" e uma "sensação de proteção", que se reflete em algumas vestimentas com detalhes militares.

Há também um lado alegre e delicado, com cores e motivos florais, ou peixes vermelhos. Uma leveza que contrasta com o contexto sombrio da moda britânica, que sofreu as consequências da pandemia da Covid-19, especialmente letal no Reino Unido, com mais de 118 mil mortes, e que levou a um segundo confinamento desde o início de janeiro.

O setor da moda britânico, que emprega mais de 890 mil pessoas e gerou em 2019 cerca de £ 35 bilhões (R$ 264,5 bilhões), também sofre os efeitos do brexit e do fim da livre circulação entre a União Europeia e o Reino Unido.

No início de fevereiro, centenas de personalidades da moda, incluindo as modelos Twiggy e Yasmin Le Bon, assinaram uma carta aberta publicada pelo organismo Fashion Roundtable, alertando o governo para o risco de o setor ser dizimado pelo brexit.

Para aumentar a visibilidade dos jovens talentos, o BFC (British Fashion Council), que representa esta indústria, fechou um acordo com a rede social TikTok. O BFC também fez parceria com a Clearpay, grupo especializado no "buy now, pay later" ("compre agora e pague depois"), que propõe soluções de parcelamento online.

Este acordo tem como objetivo "continuar a desenvolver a Fashion Week, a abrindo para uma gama mais ampla de consumidores e a adaptando às necessidades dos criadores", afirmou a CEO do BFC, Caroline Rush, em um comunicado.

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