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Oscar do cinema espanhol, Goya premia longa 'Las Niñas' em cerimônia virtual

Primeira obra da cineasta Pilar Palomero trata da adolescência em um grupo de alunas de um colégio de freiras

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Málaga (Espanha) | AFP

Em uma cerimônia realizada por videoconferência por causa da pandemia do coronavírus e apresentada pelo ator Antonio Banderas, a 35ª edição do prêmio Goya, o Oscar do cinema espanhol, premiou neste sábado (6), em Málaga, o longa "Las Niñas" como o melhor filme do ano.

Primeira obra da cineasta Pilar Palomero, o filme trata da história da passagem para a adolescência de um grupo de alunas de um colégio de freiras.

Alex Lafuente, um dos produtores do filme, que no total ganhou quatro Goyas, agradeceu por videoconferência a "todos estes autores, distribuidores, produtores e cinemas independentes que tiveram um ano muito difícil" com a pandemia de Covid-19.

O prêmio principal foi anunciado por uma enfermeira representando os trabalhadores da saúde, que estão na linha de frente da luta contra a pandemia, que deixou até agora mais de 71 mil mortos na Espanha.

A obra íntima, centrada nos diálogos entre as meninas, superou o favoritismo de "Adú", filme sobre a imigração que rendeu o Goya de melhor direção para Salvador Calvo.

Entre os outros aspirantes ao prêmio principal da noite estavam "La Boda de Rosa", de Iciar Bollain; "Sentimental", de Cesc Gay e "Ane", de David Pérez Sañudo.

"Las Niñas" é um filme delicado que se concentra em Celia (a estreante Andrea Fandós), uma menina de 11 anos que estuda em um colégio de freiras de Zaragoza, e seu grupo de amigas, ao qual se junta a recém-chegada Brisa, uma jovem descolada que ouve rock e se veste de forma diferente.

Ambientada no começo dos anos 1990, em uma sociedade ainda muito conservadora, a trama apresenta as primeiras experiências deste grupo de meninas: o primeiro cigarro, o uso de batom, as primeiras festas e os primeiros flertes. Ao longo do filme, elas conversam sobre seus medos e anseios.

Paralelamente, o filme nos mostra a relação de poucas palavras e longos silêncios de Celia com a mãe, Adela (Natalia de Molina), uma mulher que sofre a rejeição da família por ser mãe solteira.

"O que tentamos fazer foi contar uma história de pequenas coisas, de pequenos detalhes, é mais uma história muito íntima, de ir com Celia, com suas amigas, com câmeras quase invisíveis que lhes permitem ser elas mesmas", explicou Pilar Palomero em entrevista à TV pública TVE.

Entre os demais contemplados da noite, "El Olvido que Seremos", um mergulho na violência política na Colômbia nos anos 1970 e 1980 com um recorte cotidiano e familiar, se tornou a primeira produção colombiana a ganhar o Goya de melhor filme latino-americano.

O prêmio de melhor atriz foi para Patricia López Arnaiz, protagonista de "Ane", pela interpretação de uma jovem mãe divorciada, aguerrida e disposta a tudo para recuperar a filha.

O Goya de melhor ator foi para o 'enfant terrible' do cinema espanhol Mario Casas, que após uma frutífera carreira como ator de séries e filmes de cinema, foi contemplado com o prêmio pelo papel principal do 'thriller' "No Matarás".

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