Descrição de chapéu
Renato Terra

'Luca' e 'Me Chame Pelo Seu Nome' são repletos de semelhanças

Rever esses longas traz olhar mais detalhado, que pode revelar uma nova experiência cinematográfica

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Numa cidade à beira mar na Itália nasce uma amizade ensolarada. Os dois amigos andam de bicicleta, mergulham no mar, vivem um verão que vai transformá-los. Existe algo íntimo que compartilham e que os une ainda mais. Embora tudo o que façam e sintam seja legítimo, eles têm medo das reações das outras pessoas. A força desses sentimentos bonitos se impõe ao longo do filme.

Essa descrição serve para “Luca” e para “Me Chame pelo Seu Nome”. Muito se fala sobre as semelhanças entre a animação disponível no Disney+ e o filme dirigido por (opa) Luca Guadagnino, que está no catálogo da Netflix e do Looke.

A crítica de “Luca” feita pelo jornal americano The New York Times, por exemplo, fez um trocadilho no título: “Calamari by your name”.

“Luca” é feito para crianças. Não tem aquela complexidade adulta de “Divertida Mente”, “Soul” ou “Wall-E”. Há referências legais a Galileu, Marcello Mastroianni, Leonardo Da Vinci e, claro, “Me Chame pelo Seu Nome”. Mas são detalhes. A força do filme é a amizade entre Luca e Alberto, dois monstros marinhos que ganham forma humana quando saem da água.

“Me Chame pelo Seu Nome” é feito para adolescentes e adultos. O filme está na força do romance entre Oliver e Elio e nas imagens que criam uma atmosfera cheia de referências e significados.

Olhar para os pontos em comum pode ser uma maneira de revisitar os dois filmes. Um segundo olhar, mais detalhado, pode revelar uma nova experiência.

"Me Chame pelo Seu Nome" tem referências mitológicas, artísticas e uma elaboração cinematográfica que podem passar despercebidos numa primeira vista, como bem descreveu Leandro Neves no vídeo abaixo.

Ao rever o filme, podemos voltar o olhar para as coisas menos óbvias: os movimentos de câmera, as pausas, a relação da água com os personagens, o uso das cores, a sensualidade despojada, as ironias com os costumes italianos. E o diálogo final de Elio com seu pai, que é muito marcante.

Depois, claro, vale rever “Luca” para sacar a aproximação e as referências. Assim como Luca e Alberto, como Oliver e Elio, podemos dizer que “Luca” e "Me Chame Pelo Seu Nome" são filmes amigos.

Faixas extras

  • O diretor Enrico Casarosa fala sobre “Luca”
  • Ellen Ellen DeGeneres entrevista os atores de “Me Chame pelo Seu Nome”
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