Ser preta, LGBTQIA+ e ilustradora é o que define a artista Silvelena Gomes, 27, convidada para ilustrar a edição sobre Afrofuturismo, realizado pela primeira turma de treinamento para jornalistas negros da Folha.
Nascida em Pacajus, interior do Ceará, a artista mora hoje em Fortaleza, onde ela cursa Publicidade e Propaganda na UFC (Universidade Federal do Ceará).
Em suas obras, a representação de negros está sempre presente. A ilustradora comenta que gosta de retratar e partilhar suas vivências. “Trabalho com múltiplas formas de representação do corpo preto em toda a sua complexidade, nuances, particularidades, dores e anseios”, ela diz. O compartilhamento de experiências também acontecem nos cursos que ela dá online, de ilustrações e colagens.
Agora no último período do curso, ela lembra das dificuldades que enfrentou no início da faculdade: “Eu acordava às 4 da manhã para conseguir pegar o ônibus gratuito que a prefeitura disponibiliza”.
Essas dificuldades ganham expressão em seus trabalhos. Silvelena conta que usa as dores pessoais a seu favor, como inspiração. “Sigo meu mantra: criar para curar. Aprendi a ser artista desde que nasci. A arte me salvou muitas vezes do medo da morte e do peso de ter que ser alguém”.
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