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'Chicago', clássico da Broadway, chega ao Brasil com glamour arrebatador

Com Emanuelle Araújo, Paulo Szot e Carol Costa, peça chega ao país em meio a um êxtase cultural

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Vários atores com movimentos sincronizados

Cena da montagem brasileira de 'Chicago', da Broadway Caio Galucci

São Paulo

Quando os teatros fecharam suas cortinas em março de 2020, devido à pandemia, o brasileiro Paulo Szot se preparava para voltar a encenar "Chicago" na Broadway. Se não fosse o caos gerado pelo coronavírus, o ator viria, ainda naquele ano, ao Brasil para estrelar a peça —dessa vez, em português— ao lado das atrizes Emanuelle Araújo e Carol Costa.

Mas foi só em setembro do ano passado, em meio a uma retomada de atividades presenciais, que o artista voltou aos palcos americanos. Agora, quatro meses após "Chicago" ter sido parte do retorno triunfante da Broadway, o espetáculo finalmente estreia em São Paulo, no teatro Santander.

A montagem brasileira é uma réplica do revival da produção americana —em cartaz na Broadway desde 1996—, criada após o sucesso da original, de 1975.

O musical se passa durante os famosos anos dourados da década de 1920, em Cook County Jail, prisão de Chicago, onde as assassinas Roxie Hart e Velma Kelly disputam o holofote midiático do momento. Tudo o que querem é se livrar das grades e conquistar muita fama e dinheiro. Para isso, as criminosas competem pela atenção de Billy Flynn, o advogado mais requisitado da cidade, que sempre livra a cara de seus os clientes e atrai flashes da imprensa.

Embebidas de comédia e diversão, as críticas do espetáculo ironizam o Judiciário, as chamadas celebridades do crime, o jornalismo, o sensacionalismo, o showbusiness e, sobretudo, a sociedade americana. Conhecido como o musical mais antigo da Broadway, "Chicago" é uma peça cheia de sensualidade e glamour exuberante. Sem dúvidas, um dos maiores clássicos teatrais.

"Em cada canção e coreografia, nada é à toa. Existe uma história sendo contada por trás de cada passo", diz a atriz Emanuelle Araújo. "É um espetáculo muito precioso. Não é datado."

Duas mulheres sentadas num mesmo banco
As atrizes Emanuelle Araújo e Carol Costa em foto de divulgação da montagem do musical 'Chicago' - Pedro Dimitrow

Na peça, a baiana exibe seu vozeirão grave e faz o papel de Velma, a criminosa sabichona que vê o próprio status trilhar a corda bamba após a chegada de Roxie, a nova assassina do pedaço que estampa as capas de jornais.

Carol Costa, que faz a novata, concorda com a colega e define a peça como "um retrato extremamente atemporal da humanidade". Segundo a atriz, a competitividade entre as protagonistas é um exemplo disso por remeter a temas feministas contemporâneos, como sororidade, um tipo de desconstrução da rivalidade entre mulheres.

Tania Nardini, que desde 2007 dirige "Chicago" fora dos Estados Unidos, afirma que, embora o musical seja uma sátira local sobre aquela comunidade, lota plateias em todos os países por onde passa. Isso porque, segundo ela, a peça traz uma linguagem universal de dança, música e enredo.

"‘Chicago’ é uma crítica ácida à sociedade americana. Então, obviamente tem, na história, elementos muito específicos dos Estados Unidos, mas o centro da discussão é o poder, sobretudo o da imprensa. É por isso que, não importa onde esteja, ‘Chicago’ sempre dialoga com a cultura do local."

Vencedora de 63 prêmios, a peça já foi vista por mais de 33 milhões de pessoas, em 36 países, e encenada em 13 idiomas. Agora, chega ao Brasil pela segunda vez —18 anos após a primeira versão—, não só com um novo elenco, como também em meio a um certo sentimento de êxtase.

"A reestreia na Broadway, do ano passado, foi surreal, uma experiência que nunca tinha vivido. Todos nós, artistas, estávamos emocionados por voltar aos palcos depois de tanto tempo, mas a plateia me surpreendeu. Ela aplaudiu de pé durante cinco minutos, sem parar", conta Szot, o único brasileiro a ganhar um Tony, principal prêmio de teatro do mundo.

"Estou muito ansioso pela estreia aqui no Brasil. Os artistas nacionais são de altíssimo nível. A gente está pronto para fazer qualquer tipo de espetáculo, o que me deixa muito feliz e orgulhoso."

Chicago

  • Quando De 26/1 a 29/5 (quin. e sex., às 21h; sáb., às 17h e 21h; e dom., às 15h e 19h)
  • Onde Teatro Santander - av. Pres. Juscelino Kubitschek, 2.041
  • Preço De R$ 37,50 a R$ 340
  • Classificação Livre (menores de 12 anos devem ir acompanhados dos responsáveis legais)
  • Elenco Emanuelle Araújo, Paulo Szot e Carol Costa
  • Direção Tania Nardini
  • Link: https://bileto.sympla.com.br/event/68910/d/108373
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