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Autor de 'Pantanal' diz que, depois de sua obra-prima, estava pronto para sair da TV

Benedito Ruy Barbosa lembra que personagens não saíam de sua cabeça e neto vê reflexo integral do avô na novela

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São Paulo

Bruno Luperi, diretor do remake da novela "Pantanal" e neto de Benedito Ruy Barbosa, o autor da clássica versão transmitida na TV Manchete nos anos 1990, diz que o trabalho é aquele que melhor representa seu avô. "É a obra mais genuína do meu avô, é onde eu mais o vejo integralmente", diz. E o autor confirma.

"Depois que eu fiz ‘Pantanal’, não queria mais escrever novelas", diz Ruy Barbosa, em reportagem da Folha sobre a novela, que chegou a ser rejeitada à época pela Globo, e que agora produz o remake. Na emissora, o autor assinou clássicos como "Renascer", "Terra Nostra" e "O Rei do Gado".

"Eu sofro muito, penso naqueles personagens dia e noite", relembra ele. "Modéstia à parte, ‘Pantanal’ é uma aula de televisão, tudo o que eu aprendi em TV desde que nasci está ali."

Irandhir Santos e Renato Góes em cena da novela 'Pantanal' - João Miguel Jr./TV Globo

E o neto sabe dessa responsabilidade. "O desafio é esse. Meu ponto de partida é que poucas pessoas serão mais fãs da obra do meu avô do que eu", afirma, quando questionado sobre as inevitáveis comparações. "E 'Pantanal' mexe muito com a memória afetiva das pessoas."

A vantagem de refazer uma obra é algo de que Luperi sentiu falta em "Velho Chico", de 2016, novela que escreveu, em parte ao lado da mãe, Edmara Barbosa, a partir de uma sinopse ainda inédita do avô. Quando a trama chegou ao fim, conta o roteirista, ele sentiu que gostaria de revisitar o enredo desde o primeiro capítulo e reescrever, já com as dimensões sobre os pontos e personagens mais bem aceitos pela plateia.

É essa oportunidade que ele terá agora, com "Pantanal". "Ela tem um lugar cativo no imaginário das pessoas. Olhando para o texto dele [Ruy Barbosa] , eu falo, brincando, que o tecido social hoje é muito mais sensível."

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