Descrição de chapéu Folhajus lei rouanet

Justiça derruba veto do governo a linguagem neutra em projetos da Rouanet

Pasta da Cultura havia impedido o uso de expressões como 'amigues' e 'todes' em eventos financiados com dinheiro público

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

A Justiça determinou nesta quarta-feira (30) a suspensão de uma portaria que impedia o uso da linguagem neutra em espetáculos artísticos financiados com recursos da Lei Rouanet.

A norma havia sido publicada no Diário Oficial da União em outubro do ano passado, assinada pelo secretário de Fomento e Incentivo à Cultura, André Porciuncula, o chefe da Rouanet.

Pouco depois, o Ministério Público Federal abriu um inquérito para investigar a portaria, alegando que a medida poderia se constituir em censura prévia.

Os substantivos, adjetivos e pronomes neutros são usados para representar pessoas não binárias, ou seja, que não se identificam com o gênero masculino ou feminino. Um exemplo é usar "menine" no lugar de "menino" ou "menina".

A decisão desta quarta, assinada pelo juiz Herley da Luz Brasil, da 2ª Vara Federal de Rio Branco, no Acre, afirma que a linguagem neutra "garante inclusão, dignidade, identidade e expressão de gênero, além de combater discriminação e preconceitos".

Diz ainda que a linguagem neutra "é expressão de manifestação que nada afeta o Estado ou a sociedade", não ofende qualquer direito nem incita à violência.

O juiz lembra que as atividades artísticas não estão sujeitas a qualquer restrição por parte do Estado, e que a liberdade de expressão é garantida pela Constituição de 1988.

A decisão tem caráter liminar, ou seja, temporário, mas está valendo até que seja julgada.

Porciuncula criticou a decisão em seu Twitter, afirmando que "a dita linguagem neutra não é linguagem, não produz comunicação".

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.