Marina xinga Bolsonaro e Putin no Lollapalooza, com show de pop requintado

Seis anos após última apresentação no Brasil, cantora fez um bem bolado de seus cinco álbuns de estúdio

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São Paulo

Foram longos seis anos de espera até que os fãs brasileiros pudessem ver a cantora Marina Diamandis voltar ao palco do Lollapalooza Brasil nesta sexta-feira por volta das 18h, após uma tempestade que interrompeu o show dos Wombats horas antes.

Junto a Pabllo Vittar e LP, que tocaram nos palcos vizinhos logo depois da chuva, Marina foi responsável por botar a programação bagunçada no eixo novamente —e o fez com seu tradicional vozeirão, um top com "eu te amo" escrito em strass e um pequeno repertório de frases em português.

A cantora Marina em show no palco Onix, durante o Lollapalooza, realizado no autódromo de Interlagos - Adriano Vizoni/Folhapress

"Boa noite, São Paulo, como vão vocês? Eu estou muito feliz de estar aqui", disse com um sotaque carregado após as primeiras músicas cantadas em coro.

Este foi o segundo show de Marina no país. O primeiro encontro deveria ter acontecido em 2015, quando ela ainda se apresentava sob a alcunha Marina and the Diamonds —em 2018 ela passou a assinar apenas com Marina, sempre grafado com letras maiúsculas.

Na época, um voo que a traria para a edição de 2015 do Lollapalooza atrasou 12 horas e fez com que a apresentação fosse cancelada no dia em que deveria acontecer. Ela fez sua estreia no festival um ano depois, mas os palcos brasileiros não sentiram nem o cheiro da turnê do disco "Love + Fear", lançado em 2019, apesar das tentativas da artista de trazer o show para o país.

Quase uma década depois, Marina chegou ao Lolla com mais do que um nome sucinto —entraram para a conta um hiato para conseguir seu diploma na faculdade de psicologia, uma pandemia e também o disco mais recente, "Ancient Dreams in a Modern Land", lançado em 2021.

A espera da cantora e do público, somado ao medo de mais um cancelamento repentino por causa da chuva, foi traduzida em uma hora animada de show, na qual a galesa fez um bem bolado de seus cinco álbuns de estúdio, lançados entre 2010 e o ano passado, além de cantar singles lançados separadamente –um deles foi a animadinha "Baby", feita com o mesmo Luis Fonsi de "Despacito" em 2018, na esteira do sucesso estrondoso que o reggaeton fez há cinco anos.

A apresentação também teve momentos mais calmos, como quando ela se sentou ao piano para tocar o começo de "Man's World", que fala sobre a natureza morrendo, e "To Be Human". "Existe um momento para músicas pop e um momento para músicas políticas. Foda-se o Putin, foda-se Bolsonaro, estamos cansados dessa energia", disse.

Marina teve uma trajetória clássica de artistas que nasceram na internet. Depois de ter sido recusada em audições para musicais, decidiu fazer sua própria música, aprendeu a tocar piano e lançou sozinha um EP no Myspace em 2007. Esse comecinho de carreira, no entanto, ficou de fora do setlist do festival.

Como era de se esperar, a cantora guardou o melhor para o final e terminou o show com seus três maiores sucessos —velhos conhecidos de qualquer pista LGBTQIA+ que se preze e oficiais para o pop da última década.

O combo "How to Be a Heartbreaker", "Bubblegum Bitch" e "Primadonna" fechou o show da cantora diferente demais —no melhor sentido da palavra— para ser uma clássica diva pop e farofa demais para ser alternativa.

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