No Dia da Mulher, Bienal de Veneza dá Leão de Ouro a feminista latino-americana

Artista plástica e poeta chilena Cecilia Vicuña recebe prêmio que homenageia trabalhos de toda a sua carreira

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São Paulo

A artista chilena Cecilia Vicuña, juntamente com a alemã Katharina Fritsch, receberá o Leão de Ouro por sua carreira na 59ª edição da Exposição de Arte Internacional da Bienal de Veneza 2022, anunciou a organização do evento nesta terça-feira.

Batizada "The Milk of Dreams", ou o leite dos sonhos —uma referência a um livro da escritora e artista surrealista britânica Leonora Carrington—, a edição deste ano da Bienal de Veneza homenageia as artistas no Dia Internacional da Mulher.

A artista Cecilia Vicuña junto a uma de suas instalações
A artista Cecilia Vicuña junto a uma de suas instalações - Divulgação/Flip

Cecilia Vicuña é uma artista e poeta que se dedicou anos a preservar o trabalho de escritores latino-americanos realizando traduções e editando antologias de poesia que poderiam ter sido perdidas. A autora também é uma ativista que se notabilizou pela luta pelos direitos dos povos indígenas do Chile. Em 2021, ela participou da Flip, a Festa Literária Internacional de Paraty, numa edição dedicada às plantas e ao mundo natural.

Sobre Vicuña, a curadora Cecilia Alemani, italiana à frente da próxima Bienal de Veneza, afirmou em nota que "nas artes visuais, seu trabalho abrange da pintura à performance, realizando montagens complexas". "Sua linguagem artística é construída ao redor de uma profunda fascinação com as tradições indígenas e epistemologias de fora do Ocidente."

Ainda segundo a curadora, "muitas de suas instalações são feitas de objetos e materiais sucateados, tecidos em delicadas composições em que o microscópico e o monumental parecem encontrar um frágil equilíbrio, uma arte precária que é íntima e poderosa ao mesmo tempo".

Katharina Fritsch, a outra premiada, tem trabalhos em escultura celebrados pelo universo da arte contemporânea. "Ela cria trabalhos figurativos que são hiper-realistas e fantasiosos. Fritsch frequentemente alterna as escalas de seus objetos, encolhendo ou alargando, e os revestindo com cores desorientadoras e sólidas", disse a curadora sobre o trabalho da alemã.

A Bienal de Veneza deste ano começará em 23 de abril e terá, entre os artistas expostos, os brasileiros Jaider Esbell, Rosana Paulino, Lenora de Barros, Luiz Roque e Solange Pessoa.

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