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Asghar Farhadi rebate acusação de plágio por 'Um Herói' no Festival de Cannes

Se cineasta iraniano for inocentado na Justiça, aluna que o processa pode receber 74 chicotadas como punição

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Cannes (França)

Asghar Farhadi, cineasta iraniano que enfrenta uma acusação de plágio nos tribunais de seu país pelo filme "Um Herói", falou publicamente sobre o assunto pela primeira vez nesta terça-feira, durante uma conversa do júri do Festival de Cannes, do qual faz parte, com a imprensa.

O cineasta iraniano Asghar Farhadi, membro do júri do Festival de Cannes de 2022, durante sessão de fotos para a imprensa na abertura do evento, no sul da França - Loic Venance/AFP

Ao ser questionado sobre as acusações, afirmou que "grande parte das informações que estão sendo divulgadas pelos jornais são incorretas". Segundo publicações iranianas, replicadas pela imprensa internacional, Farhadi foi indiciado por plagiar o documentário de uma ex-aluna, no que se tornaria "Um Herói", filme que ganhou o grande prêmio em Cannes no ano passado.

"O que eu fiz em ‘Um Herói’ não tinha relação com minhas aulas, mas com um evento real. Meu filme é baseado num evento que ocorreu há dois anos e, quando algo assim acontece e recebe cobertura da mídia, então ele se torna de conhecimento público –e podemos fazer o que quisermos com esse evento, sem que uma obra seja cópia da outra", afirmou.

"‘Um Herói’ é apenas uma interpretação para esse evento real, enquanto o documentário era um documentário", disse em relação à produção da ex-aluna Azadeh Masihzadeh, que o denunciou. "Os jornais falam em plágio, o que não é verdade. Por enquanto, as decisões foram de que as duas histórias são diferentes, mas há solidez para que a corte continue analisando este que é um longo processo."

Um tribunal em Teerã entendeu, inicialmente, que há evidências de violação de direitos autorais e de cópia de elementos-chave da produção da jovem, sem o devido crédito. O caso, no entanto, ainda corre na Justiça. Em paralelo, Farhadi move um processo contra Masihzadeh por difamação.

Se o cineasta for inocentado, ela pode receber 74 chicotadas como punição, além de ficar dois anos presa. Ele, por outro lado, pode ficar preso por um período e, como quer a jovem, entregar os lucros de seu filme.

"Obviamente essa história criou um mal-estar, mas meu filme não foi baseado nesse documentário. Eu acho que o assunto logo vai ser esclarecido e eu lamento que isso tenha gerado certa perturbação", disse o cineasta, pondo fim à conversa do júri com a imprensa.

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