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Bradley Cooper é criticado por usar 'nariz antissemita' para viver Leonard Bernstein

Prótese é parte da maquiagem do ator, que não é judeu, para filme 'Maestro', que teve fotos divulgadas nesta terça

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São Paulo

Nesta terça-feira, a Netflix divulgou as primeiras imagens de "Maestro", filme sobre o lendário compositor Leonard Bernstein, que será vivido na adaptação por Bradley Cooper.

E, enquanto muitos internautas destacaram nas redes como o ator estava irreconhecível, outros chamaram a atenção para os riscos de a representação ser considerada antissemita, já que, na visão de alguns, o uso de uma prótese e de maquiagem pesada pode reforçar traços caricaturais associados a judeus —como Bernstein era.

No portal Canadian Jewish News, o apresentador de um podcast sobre atletas judeus James Hirsh escreveu que a maquiagem é um "exemplo insultante do 'jewface' de Hollywood", em referência à caracterização exagerada de judeus.

Bradley Cooper em cena de 'Maestro', filme em que o ator vive o compositor Leonard Bernstein
Bradley Cooper em cena de 'Maestro', filme em que o ator vive o compositor Leonard Bernstein - Reprodução

A princípio para ele, "não há razão para acreditar que a decisão de usar um nariz falso seja um ato deliberadamente antissemita". Destaca que Cooper, que não é judeu, deve estar interessado em homenagear Bernstein, e que provavelmente há vários judeus envolvidos na produção, além de o nariz ajudar com a semelhança.

"Mas esta é a terceira vez em que Cooper retrata uma figura histórica na tela", acrescentou Hirsh. "Nenhuma prótese foi usada para interpretar o Chris Kyle, de 'Sniper Americano', ou o Jon Peters de 'Licorice Pizza'. Ele não usou para interpretar o 'O Homem Elefante' na Broadway", considerou Hirsh.

Nas redes sociais, usuários criticaram a produção do filme, que será dirigido pelo próprio Cooper, por não escolher um ator judeu e que, mesmo sem maquiagem, poderia ter os traços mediterrâneos próximos aos de Bernstein.

A produção, aliás, tinha essa questão já, de alguma forma, resolvida no seu embrião, em 2018, quando Steven Spielberg, que é judeu, estava escalado como diretor. Na disputa pelos direitos às músicas de Bernstein para produzir o filme também estava o diretor Cary Fukunaga e o ator Jake Gyllenhaal, que é judeu e estava cotado para viver o compositor.

Na época, Gyllenhaal disse em entrevista ao portal Deadline sobre ter perdido a oportunidade. "Essa ideia de interpretar um dos artistas judeus mais proeminentes da América e sua luta com sua identidade esteve no meu coração por 20 anos, mas às vezes essas coisas não funcionam", disse.

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