Descrição de chapéu Virada Cultural

Gloria Groove explode bolha LGBTQIA+ em show com som baixo na Virada Cultural

Cantora levou os sucessos de seu álbum 'Lady Leste' a um público de 40 mil pessoas em Itaquera

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Gloria Groove voltou às origens ao levar os sucessos de "Lady Leste", seu disco mais recente, lançado em fevereiro, ao palco de Itaquera neste sábado de Virada Cultural em São Paulo.

Gloria Groove em show no Breve Festival, na Esplanada do Mineirão, em Belo Horizonte (MG)
Gloria Groove em show no Breve Festival, na Esplanada do Mineirão, em Belo Horizonte (MG) - Bruno Santos - 9.abr.2022/Divulgação

Ao se apresentar para um público de 40 mil pessoas, a drag queen misturou o funk que a alçou ao estrelato ao rock, uma fusão que ela conheceu por ali mesmo, nas ruas da Vila Formosa, onde cresceu e vive até hoje.

A sonoridade, que a cantora diz ser "mais noturna, mais asfalto, mais suja", pôde ser vista em canções como "Bonekinha", que abriu o show com uma introdução feita a partir de um solo de guitarra.

Coube também na apresentação o resgate de seu "R" retroflexo, aquele que é uma marca inconfundível da zona leste e também do interior paulista, mas que ela tinha aprendido a esconder para dublar personagens como Justin Bieber e Aladdin nos cinemas.

O sotaque atravessou o ápice da apresentação, que se deu com "Vermelho", produzida a partir de um refrão de "Mina de Vermelho", do MC Daleste, morto em 2013 a tiros.

Durante a apresentação, GG, como é conhecida entre o público, tampouco deixou de fora seus primeiros sucessos, caso de "Bumbum de Ouro". A canção, de cinco anos atrás, é uma das mais importantes de seu repertório.

Com uma sonoridade distante do hip hop e do trap que marcaram o início de sua carreira, "Bumbum de Ouro" deu início ao seu processo de furar a bolha LGBTQIA+ para ganhar todos os pilares da cultura pop, inclusive a televisão aberta, onde ela venceu o "Show dos Famosos" em dezembro.

Não foram todos, no entanto, que conseguiram ver ou ouvir a cantora, que subiu ao palco às 21h20, com 20 minutos de atraso.

O terreno íngreme da praça Brasil, onde o palco foi instalado, criou hordas com centenas de pessoas, uma atrapalhando a visão da outra.

Só quem conseguiu ouvir o show eram os que estavam nos primeiros 50 metros à frente do palco, público que correspondia a menos de um terço da plateia.

Atrás, cada um se virou como pôde. Havia aqueles que subiam no ombro do amigo, os que escalavam as árvores e até quem desistisse de assistir ao show. A reportagem ouviu diversos relatos de fãs que preferiram voltar para casa.

Os que resistiram às dificuldades, porém, pareciam satisfeitos. Às vezes demoravam para descobrir qual música a cantora estava cantando, mas, assim que descobriam, amplificavam sua voz gritando a plenos pulmões todos os versos decorados.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.